Reino Unido: Divulgação de documentos abre debate sobre imprensa
A divulgação de documentos confidenciais diplomáticos por parte dos meios de comunicação britânicos está a originar uma discussão sobre a liberdade de imprensa, depois de a polícia britânica ter avisado que pode abrir um inquérito criminal.
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Mundo Autoridades
A Unidade de Contraterrorismo da Polícia Metropolitana britânica está a investigar se a divulgação de documentos privados escritos pelo ex-embaixador nos Estados Unidos é ou não uma violação da lei sobre Segredos Oficiais, o que abriu um amplo debate político no Reino Unido, no seguimento da divulgação das opiniões pouco lisonjeiras do diplomata sobre o Presidente norte-americano, Donald Trump, o que levou à sua demissão.
O líder desta unidade policial, Neil Basu, já avisou os meios de comunicação britânicos que mais publicações destes documentos podem configurar matéria criminal.
A lei sobre os Segredos Oficiais proíbe os funcionários públicos de divulgarem material classificado que possa ser "prejudicial".
O presidente do comité dos Negócios Estrangeiros na Câmara dos Comuns, Tom Tugendhat, disse não acreditar que a divulgação deste tipo de documentos seja um crime, defendendo que a liberdade de imprensa é "essencial".
No comunicado, Neil Basu, que é também o número dois da Scotland Yard, exortou todos os que tenham documentos do Governo, "nomeadamente proprietários, editores ou editores de redes tradicionais ou sociais", a não publicarem e enviarem os documentos às autoridades.
As reações ao comunicado incluem o candidato favorito para substituir Theresa May na liderança do Governo britânico, Boris Johnson, que disse não considerar a divulgação destes documentos "uma ameaça à segurança nacional" e acrescentou que processar jornalistas seria "uma violação da liberdade de imprensa".
Jeremy Hunt, o outro candidato, disse na rede Twitter que quem divulga "deve ser responsabilizado pelas suas ações", mas defendeu de forma clara o direito da imprensa de publicar essas informações.
Na mesma linha, o antigo ministro da Cultura John Whittingdale e o antigo ministro das Finanças George Osborne defenderam a isenção de sanções para os jornalistas que divulguem esses documentos, ao contrário do antigo ministro da Defesa Michael Fallon, que apoiou a polícia, defendendo à BBC que os jornalistas "devem estar cientes dos danos consideráveis que foram feitos e dos danos potencialmente ainda maiores que podem ser causados por novas violações da Lei dos Segredos Oficiais".
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