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"Neutralidade carbónica até 2050 é um imperativo" para UE

A presidente indicada para a Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou hoje "imperativo" a União Europeia (UE) atingir a neutralidade carbónica em 2050 e prometeu ajudar os países a ajustar-se a essa transição com fundos europeus.

"Neutralidade carbónica até 2050 é um imperativo" para UE
Notícias ao Minuto

17:47 - 10/07/19 por Lusa

Mundo Ursula von der Leyen

"Ouvimos a voz das pessoas, especialmente dos jovens, que querem ações para o futuro do planeta. Estamos a ficar sem tempo", disse a conservadora alemã à imprensa depois de se reunir em Bruxelas com a conferência de presidentes do Parlamento Europeu.

"Temos de ser mais ambiciosos. O dióxido de carbono tem de ter um preço e a neutralidade carbónica até 2050 é um imperativo", sublinhou.

A neutralidade carbónica é o nome dado a um dos objetivos definidos no Acordo de Paris sobre alterações climáticas e traduz-se num balanço nulo entre as emissões de gases com efeito estufa e a capacidade de as remover da atmosfera, por exemplo pelas florestas.

Ursula von der Leyen disse-se convicta que é possível "conciliar a consciência ambiental e uma economia forte e próspera" e admitiu que este desafio tem custos e "os países não partem todos do mesmo ponto", prometendo, se for eleita presidente da Comissão Europeia, "acompanhá-los no período de transição para que a transição seja justa".

"Por isso é importante ter fundos, como o fundo de transição energética ou o fundo de globalização, para acompanhar esta transição", afirmou.

A ainda ministra da Defesa alemã defendeu também a importância de "envolver as pessoas" nesta transição, defendendo que "em todos os países o trabalho tem de ser suficiente para pagar a vida" e prometendo "lutar por um salário mínimo em todos os Estados-membros".

"A Europa pode trazer empregos, perspetivas, estabilidade e segurança. Estou convencida de que a União Europeia pode fazer isso", disse.

Von der Leyen, nomeada pelo Conselho Europeu e que precisa de obter uma maioria absoluta no Parlamento Europeu (PE) numa votação marcada para a próxima terça-feira, disse que quis "clarificar à conferência de presidentes" que, se vier a chefiar a Comissão, "sempre que o PE votar legislação ou iniciativas com maioria absoluta", ela irá "coloca-las na agenda do colégio de comissários para discussão política e para discutir que medida tomar".

E, no final da intervenção, reafirmou: "Vim aqui para trabalhar com o PE e estou confiante que vamos trabalhar juntos".

A conferência de presidentes é integrada pelo novo presidente do Parlamento Europeu (PE), o italiano David Sassoli (socialista), e com os líderes das diferentes bancadas, incluindo as quatro maiores, junto das quais Von der Leyen busca apoio à sua eleição: Partido Popular Europeu (PPE, conservadores, que conta com PSD e CDS), S&D (que inclui PS), Renovar a Europa (ex-ALDE, liberais) e os Verdes (onde está incluído o PAN).

Falando à imprensa na mesma ocasião, David-Maria Sassoli também frisou a cooperação entre instituições europeias, afirmando que "o trabalho em colaboração com o PE será ineludível" e agradeceu "a disponibilidade" da nomeada para se reunir com os grupos políticos.

"Não é o momento, nem é o meu papel, retirar conclusões deste diálogo, que cabe aos grupos políticos, mas penso poder dizer que, como sempre, há trabalho a fazer", disse o socialista italiano.

O nome de Ursula von der Leyen foi escolhido pelo Conselho Europeu há uma semana, depois de uma longa maratona negocial, processo que foi duramente criticado por todas as famílias políticas sobretudo porque os líderes europeus não respeitaram o modelo dos "candidatos principais", ou 'Spitzenkandidat', que fora introduzido em 2014 e que o Parlamento queria que continuasse a servir para a eleição do presidente da Comissão.

À candidata alemã basta o apoio das três maiores famílias políticas, as que estão representadas no Conselho Europeu e que acordaram o 'pacote' de nomeações para os cargos institucionais de topo da UE para os próximos cinco anos, mas Von der Leyen enfrenta a ameaça de 'dissidências' de voto dentro destes grupos, incluindo o seu, o PPE, precisamente pela forma como o Conselho negociou as nomeações, 'à porta fechada'.

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