De acordo com documentos publicados hoje por vários meios de comunicação locais, as autoridades utilizaram em 58 ocasiões os metadados recolhidos de dois jornalistas durante o período mencionado.
As forças de segurança admitiram que investigaram estes dois jornalistas e que obtiveram legalmente o acesso a informações dos jornalistas, que não foram identificados, informou a televisão estatal ABC.
Em 2015, através de uma reforma legislativa, passou a ser obrigatório as empresas de telecomunicações manterem, durante dois anos, registos de chamadas telefónicas e endereços IP, entre outros metadados dos utilizadores.
Os principais meios de comunicação australianos denunciaram que esses registos são um ataque contra a liberdade de imprensa e exigem que eles terminem.
A revelação da espionagem aos jornalistas acontece num momento de tensão entre os media e as autoridades australianas.
Em junho, a polícia realizou uma busca de oito horas na sede da ABC como resultado da divulgação de documentos secretos ligados a supostos excessos dos militares enviados ao Afeganistão.
A Austrália também tem desde 2014 uma série de leis que criminalizam a divulgação de informações ligadas aos interesses do Estado, criminalizam novos crimes de espionagem e permitem o acesso aos metadados dos cidadãos.