Designado de "Fortalecimento da Unidade Especial de Investigação do Procurador-Geral", o programa pretende "reforçar a capacidade" deste órgão de investigação, no sentido de "adaptar-se para cooperação nas prioridades e necessidades" de combater a impunidade nestes casos, afirmou a embaixadora da UE na Colômbia, Patricia Llombart, numa conferência de imprensa.
"É um programa que se junta ao compromisso firme e determinado da UE com o processo de paz na Colômbia, um compromisso que é apoiado por ações políticas e diplomáticas", disse Llombart, indicando que esse apoio é também financeiro e reflete-se em "recursos para a reincorporação de programas de desenvolvimento rural com enfoque territorial e, neste caso, na Procuradoria-Geral".
Neste sentido, o enviado especial da UE para a paz da Colômbia, Eamon Gilmore, referiu que se reuniu, esta segunda-feira de manhã, com o Presidente colombiano, Ivan Duque, a quem transmitiu o "total apoio" dos 28 para a implementação da paz no país.
"Falámos sobre vários aspetos do acordo, mas especialmente o que considero que é o maior desafio que o acordo enfrenta, a continuação dos assassinatos de ex-combatentes, líderes sociais e defensores dos direitos humanos", acrescentou Gilmore, lembrando que a maioria dos assassinatos de líderes sociais ocorre em "comunidades remotas e que, às vezes, estão em condições difíceis relacionadas com a falta de serviços públicos, acesso e outros serviços".
Segundo dados da entidade Defensora do Povo da Colômbia, pelo menos 462 líderes sociais foram assassinados de 01 de janeiro de 2016 a 28 de fevereiro de 2019, quase metade deles mulheres, e 983 estão "ameaçados de morte" no país.
Outro relatório, da organização não-governamental (ONG) Instituto de Estudos sobre Paz e Desenvolvimento e o movimento político Marcha Patriótica, diz que são mais de 700 líderes sociais e 135 ex-guerrilheiros assassinados desde 2016, ano em que foi assinado o acordo de paz.