Guilherme d'Oliveira Martins falava à agência Lusa após receber das mãos do Presidente da República cabo-verdiano, que foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, a primeira classe da Medalha do Vulcão pelos "relevantes serviços prestados ao país na área da educação, cultura e saúde".

A cerimónia decorreu ao final do dia no palácio da Presidência da República, no âmbito das cerimónias do Dia da Independência Nacional que hoje se assinala.

Para o administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, esta condecoração traduz "o reconhecimento de um trabalho muito longo".

"Estamos a falar de 1.800 bolsas atribuídas só para Cabo Verde e para os cabo-verdianos. Quando recebi [a notícia da condecoração] disse ao Presidente da República que também ele está de parabéns, porque também ele foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian", adiantou.

Sem esconder a emoção do momento, Guilherme d'Oliveira Martins sublinhou o caminho percorrido, mas, sobretudo, o que prossegue.

"Estamos a falar do domínio da educação e da formação e podemos dizer que as grandes instituições que hoje funcionam com grande qualidade em Cabo Verde foram, de algum modo, apoiadas pela Gulbenkian. A própria universidade, toda a formação de professores, foi apoiada pela fundação", disse.

Os resultados obtidos revelam-se promissores e demonstram a sintonia entre o apoio da fundação e o país que o recebe. Por essa razão, o administrador não hesita em classificar Cabo Verde de "um caso exemplar" em termos de parceria para o desenvolvimento e também devido aos progressos alcançados e dos resultados obtidos.

A este propósito, enumerou o trabalho realizado no país, com o apoio da instituição portuguesa, de prevenção e diagnóstico precoce do cancro do colo do útero, com "resultados muito importantes e, simultaneamente uma redução significativa das evacuações".

Aliás, Guilherme d'Oliveira Martins referiu a saúde como um dos exemplos em que se regista "um progresso muito significativo" em Cabo Verde.

A aposta é, pois, na prossecução do investimento nos domínios da educação, cultura, ciência e saúde.

O administrador vê ainda "potencialidades muito grandes" no investimento envolvendo a sustentabilidade ambiental.

"É uma questão que nos preocupa e preocupa as autoridades cabo-verdianas", frisou.

Além da Fundação Calouste Gulbenkian, foram condecoradas mais seis personalidades e entidades.

Neste 05 de Julho, Jorge Carlos Fonseca homenageou com a primeira classe da Medalha de Mérito os cidadãos Arnaldo Delgado, Fausto Amarílio do Rosário e Júlio Nascimento Teixeira.

Com a segunda classe da Medalha de Mérito foram condecorados o cidadão Nilson Valdir Almada Pires e a Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (Colmeia).

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