Havana confirma que estão vivos de cubanos raptados no Quénia
Cuba confirmou hoje que os dois médicos cubanos sequestrados há quase três meses no Quénia e levados para a Somália estão vivos, negando que os sequestradores, supostamente militantes do grupo extremista Al-Shabab, tenham pedido um resgate.
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Mundo Cuba
O ministro da Saúde de Cuba, José Ángel Portal, disse na televisão estatal que "todas as ações possíveis estão a ser tomadas para o regresso" dos médicos, sem especificar detalhes sobre os esforços do executivo cubano, já que é "um processo complexo e requer tempo e discrição para o seu sucesso".
Portal explicou que prosseguem as conversações de alto nível entre os Governos de Cuba e do Quénia, sublinhando que "até ao momento ninguém colocou algum tipo de condição em troca da liberdade dos médicos, apesar de algumas informações que surgiram na imprensa e que foram logo desmentidas".
Isso contrasta com o testemunho, em meados de maio, de um grupo de anciãos de ambos os países africanos que viajaram para a remota região somali da Jubaland, controlada pela Al-Shabab, para negociar em nome dos cubanos, que foram vistos vivos e a dar assistência médica aos habitantes locais.
Esses intermediários garantiram, na altura, que os sequestradores estão a pedir um resgate de quase 1,5 milhão de dólares (1,3 milhão de euros).
Os médicos cubanos Landy Rodríguez e Assel Herrera foram sequestrados a 12 de abril por supostos membros do grupo 'jihadista' somali Al-Shabab na cidade queniana de Mandera, perto da fronteira com a Somália.
Rodríguez, cirurgião na província central de Villa Clara, e Herrera, um especialista em medicina geral na província oriental de Las Tunas, viajavam com escoltas armadas para o hospital em Mandera, quando foram intercetados e sequestrados depois de um tiroteio que matou um dos polícias que os acompanhavam.
As autoridades quenianas acreditam que por trás desse ato está o Al-Shabab, que se juntou à Al-Qaida em 2012 e, embora opere na Somália, muitas vezes faz incursões no vizinho Quénia para perpetrar ataques.
Landy Rodríguez e Assel Herrera fazem parte de um contingente de 101 profissionais cubanos, incluindo radiologistas, cirurgiões plásticos e ortopédicos, neurologistas e nefrologistas que chegou no ano passado ao Quénia no âmbito de um acordo bilateral para melhorar o acesso aos serviços de saúde especializados no país africano.
Após o evento, Cuba realocou os especialistas que trabalhavam nas regiões fronteiriças com a Somália.
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