União Africana saúda acordo entre militares e oposição no Sudão
O Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, felicitou "calorosamente" o Conselho Militar de Transição do Sudão e os líderes do movimento de contestação pelo acordo alcançado esta madrugada.
© Reuters
Mundo Sudão
Num comunicado publicado hoje no portal oficial da União Africana (UA), Faki Mahamat "felicitou calorosamente o Conselho Militar de Transição e as Forças para a Liberdade e Mudança por alcançarem um acordo de paz consensual e equilibrado rumo à transição democrática e à liderança civil no Sudão".
Na declaração, o Presidente da Comissão da UA elogiou também o povo sudanês "neste importante avanço e reconhece o seu compromisso com a expressão das suas legítimas aspirações".
Moussa Faki Mahamat saudou também o trabalho dos enviados especiais pela UA, o professor Mohamed el Hacen Lebatt, e pelo primeiro-ministro da Etiópia, o embaixador Mahmoud Dirir, assim como as suas equipas "pelos seus esforços de mediação exemplares e pacientes".
Faki Mahamat apelou ainda as várias partes sudanesas para "manterem este espírito de compromisso e responsabilidade pelos interesses nacionais do Sudão".
O representante reiterou ainda um apoio constante e continuado por parte da UA em acompanhar o povo sudanês na sua busca por um Sudão democrático.
O Conselho Militar no Sudão e os líderes do movimento de contestação chegaram hoje a acordo sobre o período de transição política, aceitando um poder partilhado entre militares e civis, após meses de tensão.
As duas partes acordaram estabelecer "um conselho soberano rotativo entre militares e civis, por um período de três anos ou um pouco mais", anunciou, em conferência de imprensa, o mediador da União Africana (UA), Mohamed Hassan Lebatt.
A oposição sudanesa aceitou retomar as negociações com os militares na quarta-feira, em Cartum, um mês após a rutura causada pela remoção violenta de um acampamento de manifestantes na capital, que provocou mais de uma centena de mortos.
Graças à mediação da Etiópia e da União Africana (UA), as duas partes chegaram finalmente a acordo sobre o seu principal ponto de divergência: a liderança do "Conselho Soberano", o órgão que deve supervisionar o período de transição política.
Não são conhecidos ainda os detalhes do acordo, mas segundo a proposta dos mediadores, o "Conselho Soberano" deverá inicialmente ser presidido por um militar durante 18 meses, antes de um civil assumir o comando até ao final da transição.
Os mediadores da Etiópia e da UA tinham reunido, na segunda-feira, separadamente, com o conselho militar e com a oposição, numa tentativa de aproximar as posições das partes no sentido da formação de um Governo transitório que assuma o poder deixado pela queda do antigo Presidente sudanês, Omar al-Bashir, destituído no passado dia 11 de abril.
As negociações entre o conselho militar e as Forças da Liberdade e Mudança tinham falhado no início de junho, depois da remoção violenta do acampamento de protesto em frente ao quartel-general das Forças Armadas em Cartum e da ação de repressão que se seguiu nas ruas da capital sudanesa, em que morreram mais de uma centena de pessoas, de acordo com a oposição.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com