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Juiz é brando com jovem que se filmou a violar por ser de "boa família"

Adolescente de 16 anos filmou-se a violar jovem embriagada e partilhou vídeo com os amigos. Magistrado impediu que fosse julgado como um adulto.

Juiz é brando com jovem que se filmou a violar por ser de "boa família"

Um jovem de 16 anos de idade, acusado de um crime de violação, tendo filmado o episódio e enviado aos amigos, beneficiou da benevolência de um juiz, evitando ser julgado como um adulto, por ser, segundo o magistrado, de “boa família”, podendo esta acusação estragar-lhe a vida.

O caso é relatado pelo New York Times e refere-se a um caso que remonta a 2017. A vítima, uma menor também com 16 anos, estava na cave de uma casa, em Nova Jérsia, onde acontecia uma festa. O agressor – identificado apenas como G.M.C. – filmou-a deitada de costas, parecendo fortemente embriagada, enquanto a violava. Posteriormente, partilhou o vídeo com os amigos, escrevendo o seguinte na legenda: “Quando a tua primeira vez a fazer sexo é uma violação”.

“Este jovem vem de uma boa família, que o colocou numa escola excelente, onde ele está a ter muito bom aproveitamento. (…) Ele é, claramente, candidato a uma excelente universidade”, justificou o juiz James Troiano, para fundamentar a decisão de não passar o caso de um tribunal de menores para um tribunal comum, onde seria julgado como um adulto.

De acordo com o mesmo jornal, o magistrado questionou ainda se se tratava realmente de um caso de violação, deixando no ar a ideia de que o crime de violação deve ser atribuído a casos com mais violência ou ameaça com arma de fogo. James Troiano diz ainda que os procuradores que pedem a acusação do jovem deviam antes avisar a família da vítima de que poderão destruir a vida do rapaz.

Esta decisão está a ser fortemente criticada por juízes do Tribunal da Relação, que acusam James Troiano de ser parcial a adolescentes privilegiados.

A vítima, identificada como Mary, foi levada para casa, depois da violação, pela mãe de uma amiga e estava cambaleante e a vomitar. Tinha as roupas rasgadas e uma marca de uma mão nas nádegas, tendo dito à mãe que temia que tivessem acontecido “coisas sexuais”. A mãe apresentou queixa às autoridades, sabendo-se depois que havia um vídeo do crime a ser partilhado.

Os procuradores daquele estado consideram o caso como “calculado e cruel”, pedindo um julgamento num tribunal para adultos, algo que é permitido pela lei da Nova Jérsia, em alguns casos, a partir dos 15 anos.

Uma senadora de Nova Iorque, Kirsten Gillibrand, também uma das candidatas às primárias do Partido Democrata, reagiu ao caso de forma veemente. “Não quero saber de que tipo de família se é proveniente — agressão sexual nunca é aceitável. Parem de inventar desculpas para agressores e comecem defender aqueles que foram agredidos. Os nossos filhos não precisam de ser levados ao colo. Precisam é de ser ensinados a não violar”, escreveu na rede social Twitter.

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