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Guterres pede "investigação independente" sobre ataque aéreo na Líbia

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu hoje uma "investigação independente" sobre as circunstâncias do ataque aéreo que matou 44 migrantes na Líbia.

Guterres pede "investigação independente" sobre ataque aéreo na Líbia
Notícias ao Minuto

17:56 - 03/07/19 por Lusa

Mundo António Guterres

O ataque aéreo que terça-feira atingiu um centro para migrantes nos arredores da capital líbia, Tripoli, matou pelo menos 44 pessoas e feriu mais de 130, segundo um novo balanço divulgado hoje pela ONU, e suscitou a condenação internacional.

O porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, disse hoje que para Guterres é fundamental "assegurar que os responsáveis (do ataque) sejam levados perante a justiça", realçando que a investigação deve ser independente.

O governo com sede em Tripoli, horas antes, já pedira à ONU que investigue este ataque que, segundo as agências internacionais, pode vir a desencadear uma maior pressão do Ocidente em relação a Khalifa Haftar.

O enviado da ONU à Líbia, Ghassan Salame, declarou que este ataque aéreo pode constituir um "crime de guerra", pedindo à comunidade internacional para o condenar.

Nas últimas horas, novas informações sobre o ataque ocorrido na terça-feira à noite têm circulado na Internet e têm sido divulgadas pelas agências internacionais.

O ataque atingiu uma oficina de armamento e de veículos e uma espécie de hangar que integra o centro de detenção de Tajoura, nos arredores de Tripoli, onde estavam mais de 100 migrantes, a maioria oriundos do Sudão e de Marrocos, relataram dois migrantes em declarações à agência norte-americana Associated Press (AP).

O ataque está a ser condenado a nível internacional e a suscitar preocupações sobre a política da União Europeia (UE) de estabelecer parcerias com as milícias líbias para evitar que os migrantes atravessem o Mediterrâneo.

A Líbia tornou-se nos últimos anos uma placa giratória para centenas de milhares de migrantes que tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.

A maioria dos migrantes foram detidos pela guarda costeira da Líbia, que conta com financiamento e treinamento europeus, quando tentavam atravessar o Mediterrâneo em direção à Europa.

Os centros de detenção são descritos regularmente como espaços onde a comida e outros bens de primeira necessidade são limitados e escassos.

A Líbia tornou-se nos últimos anos uma placa giratória para centenas de milhares de migrantes que tentam alcançar a Europa através do Mediterrâneo.

Mas, o país, imerso num caos político e securitário desde a queda do regime de Muammar Kadhafi em 2011 e devido a divisões e lutas internas de influência entre milícias e tribos, tem sido um terreno fértil para as redes de tráfico ilegal de migrantes e de situações de sequestro, tortura e violações em centros de detenção sobrelotados e precários.

O governo de acordo nacional líbio, estabelecido em 2015 na capital líbia e reconhecido pela comunidade internacional (incluindo pelas Nações Unidas), está a atribuir o ataque ao exército nacional líbio liderado pelo marechal Khalifa Haftar, o homem forte da fação que controla o leste da Líbia e que lançou em abril uma ofensiva contra Tripoli.

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