Oposição aceita retomar negociações diretas com junta militar no Sudão
A oposição sudanesa aceitou hoje retomar as negociações com a junta militar no poder, um mês após a rutura causada pela remoção violenta de um acampamento de manifestantes em Cartum que provocou mais de uma centena de mortos.
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Mundo Tensão
Um dirigente da oposição, liderada pela Associação de Profissionais Sudaneses, Mohamed Nayi al Asam, indicou à agência Efe que "as Forças da Liberdade e Mudança decidiram entrar em negociações diretas com a junta militar para discutir os pontos de divergência".
A plataforma que agrupa a oposição aceitou uma proposta apresentada pela Etiópia e pela União Africana (UA) de ser constituído um conselho soberano, cuja presidência deverá alternar entre os militares e os civis.
Al Asam afirmou, não obstante, que as negociações podem "chegar a um beco sem saída" e, se a junta militar não mostrar o desejo de alcançar os objetivos da revolução sudanesa, em particular a entrega do poder a uma autoridade civil de transição, a sua posição "é a do confronto geral com o Conselho Militar no sentido de o derrubar".
O porta-voz da junta militar, Shamsaldin al Kabashi, saudou em declarações transmitidas pela rádio estatal sudanesa "o convite para voltar às negociações", uma proposta em que os militares vinham a insistir há semanas.
Al Kabashi disse ainda que a junta militar espera que as Forças de Liberdade e Mudança compareçam a uma reunião que será agendada em breve.
O mediador etíope, Mahmud Dirir, e o enviado da UA, Mohamed Hassam Labat anunciaram na terça-feira que a junta militar e a oposição estão "mais perto do que nunca de chegarem a um acordo".
Os mediadores da Etiópia e da UA reuniram-se na segunda-feira separadamente com a junta militar e com a oposição numa tentativa de aproximar as posições das partes no sentido da formação de um governo transitório que assuma o poder deixado pela queda do antigo Presidente sudanês Omar al Bashir, destituído no passado dia 11 de abril.
As negociações entre a junta militar e as Forças da Liberdade e Mudança falharam no início de junho, depois da remoção violenta do acampamento de protesto em frente ao quartel-general das Forças Armadas em Cartum e da ação de repressão que se seguiu nas ruas da capital sudanesa, em que morreram mais de uma centena de pessoas, de acordo com a oposição.
A oposição tem desde então rejeitado a possibilidade de voltar a sentar-se à mesa das negociações com os militares, ainda que tenha aceitado a mediação da Etiópia e da UA.
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