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David-Maria Sassoli é o novo presidente do Parlamento Europeu

O socialista italiano foi eleito como presidente para os próximos dois anos e meio. Sassoli deixa desde já uma promessa: acabar com o "veneno" dos nacionalismos na Europa.

David-Maria Sassoli é o novo presidente do Parlamento Europeu
Notícias ao Minuto

12:07 - 03/07/19 por Sara Gouveia com Lusa

Mundo Parlamento Europeu

O socialista italiano David-Maria Sassoli venceu, esta quarta-feira, a eleição para a presidência do Parlamento Europeu com uma maioria absoluta de 345 votos. O anúncio foi feito pelo presidente da assembleia europeia, Antonio Tajani.

"Sassoli é o novo presidente do PE, saúdo-o e convido-o a assumir a presidência", disse Tajani.

A votação teve início esta manhã e foram necessárias duas voltas até ser encontrado o vencedor: O candidato dos Socialistas & Democratas, de 63 anos. Na primeira volta Sassoli ficou a sete votos da eleição, tendo obtido 325 votos dos 662 sufrágios válidos, mas na segunda votação conseguiu uma vantagem de nove votos sobre a maioria de 50%, estabelecida nesta votação nos 334 votos, mais um.

Dos outros três candidatos, o segundo mais votado foi o checo Jan Zarahdil, dos Conservadores e Reformistas (ERC), com 160 votos, menos dois que na primeira volta, seguido da alemã Ska Keller, dos Verdes, família política a que pertence o português PAN, com 119 votos (menos 14), e da espanhola Sira Rego, candidata da Esquerda Unitária (a que pertencem BE e PCP), com 42 votos (mais um).

David-Maria Sassoli, 63 anos, foi eleito pela primeira vez para o Parlamento Europeu em 2009, pelo Partido Democrático (PD, centro-esquerda) e na anterior legislatura, 2014-2019, exerceu uma das 14 vice-presidências da assembleia europeia.

Agora o novo presidente - antigo jornalista de televisão conhecido em Itália - vai cumprir o mandato parlamentar durante dois anos e meio, após o acordo alcançado no Conselho Europeu na terça-feira, que prevê que na segunda metade do mandato seja um membro do Partido Popular Europeu (PPE, que integra os portugueses PSD e CDS-PP) a ocupar a presidência.

Sassoli quer uma Europa que rejeite o "veneno" dos nacionalismos

No discurso proferido no hemiciclo de Estrasburgo, imediatamente após a sua eleição, o socialista italiano fez por diversas vezes referência ao combate que a Europa travou e venceu contra os nacionalismos, e defendeu ser necessário "recuperar o espírito dos pais fundadores do projeto europeu, que souberam por de parte as inimizades da guerra e os estragos do nacionalismo", que volta a ser uma ameaça.

"Nestes meses, muitas pessoas apostaram no declínio do projeto europeu, alimentando divisões e conflitos que pensávamos serem uma triste lembrança da nossa história. Mas os cidadãos mostraram, pelo contrário, que ainda acreditam neste projeto extraordinário, o único capaz de dar resposta aos desafios globais que temos pela frente", disse, referindo-se à elevada taxa de participação nas eleições europeias de maio passado.

"Não somos um acaso da história, somos os filhos e os netos daqueles que conseguiram encontrar um antídoto contra os nacionalismos que envenenaram a nossa história. Somos europeus, e todos somos apaixonados pelos nossos países, mas o nacionalismo tornado ideologia e idolatria leva a conflitos devastadores", insistiu.

Advertindo que "nenhum governo pode renunciar aos valores europeus e nenhum governo pode silenciar os seus opositores", Sassoli insistiu na necessidade de uma Europa de "liberdade, dignidade e solidariedade", tolerante e orgulhosa da sua diversidade, sublinhando que ninguém deve poder ser condenado pelas suas crenças religiosas, políticas ou orientação sexual.

Para atender às inquietações dos europeus, defendeu a necessidade de "relançar o processo de integração, reformando a nossa União para que esta possa responder mais robustamente às necessidades e às preocupações dos cidadãos, ao seu crescente sentimento de perda", declarou.

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