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Brasil e Argentina aplaudem acordo entre União Europeia e Mercosul

A União Europeia (UE) e o Mercosul (ao bloco de países sul-americanos) assinaram um acordo esta sexta-feira que vai permitir impulsionar a integração regional da América do Sul, avaliam os governos de Argentina e Brasil.

Brasil e Argentina aplaudem acordo entre União Europeia e Mercosul
Notícias ao Minuto

07:20 - 29/06/19 por Lusa

Mundo Governos

Os dois efeitos imediatos do acordo fechado com a UE foram celebrados pelos principais membros do bloco sul-americano que agora preveem uma aceleração das negociações que mantêm com Canadá, Coreia do Sul e com EFTA (Suíça, Liechtenstein, Noruega e Islândia).

"O acordo com a UE, com certeza, vai também acelerar as nossas outras grandes negociações comerciais. Temos essas três grandes negociações em curso e isso será certamente um impulso para outras parcerias na mesma disposição de buscar competitividade", sustentou o ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, Ernesto Araújo.

A revitalização do Mercosul entre os seus próprios membros e entre as negociações com terceiros serão o foco da próxima Cimeira do bloco em 17 de Julho na cidade argentina de Santa Fé.

"O acordo com a UE, dada sua envergadura e significado, deve ser visto como um 'acordo ponte', que facilitará a negociação de futuros acordos entre o Mercosul e outros parceiros", lê-se num relatório divulgado pelo Governo brasileiro.

Em 28 anos, o Mercosul apenas fechou acordos de comércio livre com países latino-americanos. Fora da região, houve apenas limitados entendimentos de preferência alfandegária com Egito, Israel e Índia.

A recuperação do tempo perdido inclui sair do confinamento comercial ao mesmo tempo em que o bloco aprimora ferramentas de integração.

Uma das tarefas que o Mercosul pretende concluir até a próxima Cimeira é a redução da Tarifa Externa Comum do bloco.

"O acordo com a UE é um grande divisor de águas para o próprio Mercosul. Tem um impacto positivo na nossa política na América do Sul. Temos uma visão muito clara de que o Brasil, como referência na região, seja parte de um processo de consolidar a América do Sul como uma região de democracia e de economia de mercado, os mesmos princípios da UE", afirmou o chanceler brasileiro.

As negociações entre os dois blocos começou em 1999, mas foi interrompida entre 2004 e 2010, durante os governos protecionistas de esquerda na Argentina e no Brasil e durante o elevado crescimento chinês que absorvia a produção agropecuária do Mercosul.

Somente em 2016, com a viragem à direita dos governos de Argentina e Brasil e em plena recessão em ambas as economias, as negociações ganharam impulso, ao mesmo tempo que a administração norte-americana de Donald Trump promovia o bilateralismo e o protecionismo no comércio mundial.

O acordo também fará parte da campanha eleitoral de Mauricio Macri para a reeleição a partir do slogan "de uma integração inteligente com o mundo", depois de 14 anos de uma economia argentina fechada.

"O acordo abre uma nova etapa para a inserção económica e comercial da Argentina com potencial para a transformação produtiva nacional. Impulsiona o aumento do PIB, melhora a competitividade da economia argentina e favorece a integração regional", lê-se no comunicado do Governo argentino.

"Desde a sua fundação, o Mercosul conseguiu um envolvimento de destaque entre os seus membros, mas não com terceiros mercados. O acordo com a UE é um passo significativo para romper com um modelo de integração endocêntrica para países como Argentina e Brasil com índices de participação do comércio internacional 40% menores do que a média mundial", concluiu o economista argentino Marcelo Elizondo, diretor da consultoria Desenvolvimento de Negócios Internacionais (DNI), especializada no Mercosul.

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