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Liderança das comissões no PE pode levar a 'cordão sanitário'

A poucos dias da sessão constitutiva do 'novo' Parlamento Europeu, os grupos políticos negoceiam a distribuição das presidências e vice-presidências das 20 comissões parlamentares, havendo quem admita um 'cordão sanitário' para impedir a extrema-direita de assumir protagonismo.

Liderança das comissões no PE pode levar a 'cordão sanitário'
Notícias ao Minuto

12:53 - 28/06/19 por Lusa

Mundo Bruxelas

Fontes parlamentares indicaram à Lusa que, na quarta-feira à noite, em Bruxelas, num encontro interno em que cada grupo político anunciou, alternadamente e em função da sua representatividade, as presidências e vice-presidências que escolhiam como primeira opção, o novo grupo Identidade e Democracia (ID), 'de' Marine Le Pen e Matteo Salvini, 'reclamou' a liderança dos comités de Agricultura e Assuntos Jurídicos.

Sobretudo a possibilidade de o ID (que é a quinta maior bancada da assembleia) assumir a presidência da comissão parlamentar de Agricultura, que poderia ficar mesmo a cargo da líder da Frente Nacional francesa, Marine Le Pen, num contexto particularmente delicado, de negociações da reforma da Política Agrícola Comum (PAC), suscita desconforto entre as principais famílias democratas europeias.

As famílias de centro e esquerda admitem mesmo recorrer ao tradicional 'cordão sanitário', tática já utilizada várias vezes no passado para impedir a extrema-direita de assumir posições importantes.

Fontes parlamentares contactadas pela Lusa confirmaram que está a ser ponderada essa possibilidade de traçar "linhas vermelhas", ou o chamado 'cordão sanitário', sempre controverso no quadro de um processo democrático de escolhas entre os eleitos para a assembleia europeia.

As estimativas apontam para uma distribuição relativamente em linha com os resultados verificados nas eleições europeias de maio passado: o Partido Popular Europeu (PPE), maior família política, deverá ficar com sete, os Socialistas Europeus com cinco, o 'novo' Renovar a Europa (ex-ALDE, liberais) com 3, os Verdes com duas, tantas quantas o ID, e o Grupo de Esquerda Unitária uma.

No entanto, há presidências de comissões parlamentares que suscitam apreensão, sobretudo entre os Socialistas e grupos mais à esquerda.

Entre as hipóteses que mais incomodam, designadamente a esquerda, conta-se também a possibilidade teórica de os húngaros do Fidesz de Viktor Orbán ficarem com a presidência da comissão de Negócios Estrangeiros (que caberá ao PPE, dado ser a terceira maior força desta família política), além de uma "normalização da aceitação" dos polacos do PiS (Lei e Justiça), que integram o grupo eurocético ECR (Conservadores), que poderá ficar com a presidência da comissão de Orçamentos.

No entanto, o processo ainda não está encerrado, e as negociações prosseguirão ao longo da próxima semana, em paralelo com a sessão inaugural da 'nova' assembleia, que decorrerá em Estrasburgo, França, entre 02 e 04 de julho.

Durante essa sessão será eleito o presidente do Parlamento Europeu, escolha que também depende das negociações em curso sobre o 'pacote' de designações para os lugares institucionais de topo da UE, que é suposto ficarem 'fechadas' no Conselho Europeu extraordinário que se celebra no domingo em Bruxelas.

De acordo com a agenda atualizada do Parlamento Europeu, a sessão inaugural da nova legislatura terá início na terça-feira de manhã, mas a eleição do presidente (para os primeiros dois anos e meio) já foi adiada para quarta-feira, face à demora do Conselho Europeu em chegar a um compromisso sobre os cargos de topo da UE.

Na sessão da próxima semana serão também eleitos os 14 vice-presidentes do Parlamento, mas, relativamente às 20 comissões parlamentares, está agendada apenas uma votação (na quarta-feira) sobre a composição numérica das mesmas.

"As nomeações serão decididas pelos grupos políticos e anunciadas em plenário" ainda na quarta-feira, "e as comissões reunir-se-ão na semana seguinte (8 a 12 de julho) para as suas reuniões constitutivas para eleger os respetivos presidentes e vice-presidentes", indica uma nota do Parlamento Europeu.

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