ONU adia por quatro meses a retirada dos capacetes azuis do Sudão
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje por unanimidade uma resolução que estende por quatro meses a sua missão de manutenção de paz na região de Darfur, no Sudão (UNAMID).
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Mundo Sudão
A ONU justificou a continuação dos capacetes azuis em Darfur (oeste do Sudão) com a necessidade de avaliação da evolução da situação (conflitos) em Cartum, capital do Sudão.
Citado pela agência France-Presse, o embaixador francês, François Delattre, disse que "para decidir o fim da missão, é necessário um governo legítimo reconhecido pela comunidade internacional", e saudou a "renovação técnica" do mandato dos capacetes azuis por mais quatro meses, até 31 de outubro.
Este é um "intervalo de quatro meses" da retirada de UNAMID, disse o vice-embaixador do Reino Unido nas Nações Unidas, Jonathan Allen.
"Nós desligamos o piloto automático" na continuação da retirada, congratulou-se o embaixador alemão, Christoph Heusgen.
As negociações do texto sobre a retirada da ONU do Sudão elaborado pelo Reino Unido e pela Alemanha têm sido difíceis.
Europeus e africanos com assento no Conselho de Segurança pediram a suspensão da retirada da missão da ONU, mas a China e a Rússia pediram a sua continuação, e argumentaram com o princípio da não-interferência nos assuntos internos sudaneses.
Depois de vários meses de manifestações, em abril o exército sudanês liderou um golpe de Estado contra o Presidente, Omar al-Bashir, o Sudão continua a ser palco de um impasse entre o Conselho Militar e os líderes da oposição que exigem a transferência de poder para os civis.
Há um ano, o Conselho de Segurança da ONU concordou com a retirada gradual de Darfur, da sua força de paz conjunta com a União Africana, atualmente com 7.800 militares no país.
A Missão das Nações Unidas e da União Africana está presente em Darfur desde 2007 e conta com até 16.000 soldados de manutenção da paz.
As organizações não-governamentais Amnistia Internacional e Human Rights Watch apelaram à ONU para não retirar a sua missão da paz no Sudão, num contexto de maior repressão.
O Darfur é palco desde 2003 de conflitos entre forças sudanesas e rebeldes de minorias étnicas que se dizem "marginalizados pelo governo central".
Segundo as Nações Unidas, o conflito em Darfur deixou cerca de 300.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.
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