Europeus no Conselho de Segurança da ONU criticam EUA e Irão
Os membros europeus do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) criticaram hoje, em declaração comum, os Estados Unidos da América e o Irão, a propósito da questão nuclear.
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Mundo Nuclear
Os europeus criticaram os EUA pelo seu comportamento em relação ao acordo nuclear concluído em 2015, designado JCPOA (sigla em inglês de Plano de Ação Conjunto Alargado), e o Irão pela intenção de deixar de cumprir algumas das suas obrigações.
"É mais importante do que nunca preservar o JCPOA e a resolução 2231", que o formalizou em julho de 2015, afirmaram na declaração a Alemanha, a Estónia, a França, a Polónia e o Reino Unido.
"Lamentamos que os EUA -- depois da sua retirada do acordo em 2018 -- tenham reimposto sanções e recusado seguir a extensão das exceções" para os projetos conformes ao JCPOA", adianta o texto.
"Estas decisões estão em contradição com os objetivos inerentes ao JCPOA e à resolução 2231", sublinhou-se na declaração publicada depois da reunião do Conselho de Segurança sobre a aplicação do acordo nuclear.
Ao divulgarem a sua "preocupação extrema" com o recente anúncio de Teerão de deixar de cumprir em breve algumas das suas obrigações, os europeus exortaram "firmemente o Irão a continuar a cumprir totalmente os seus compromissos no seio do JCPOA e evitar as medidas" para se desligar do seu cumprimento.
O Irão anunciou que vai deixar de cumprir a partir de 07 de julho as restrições aceites "sobre o grau de enriquecimento de urânio" (limitado a 3,67% pelo Acordo de Viena), o que lhe permitiria retomar um projeto de construção de um reator de água pesada em Arak, no centro do país.
"A França, a Alemanha e o Reino Unido, com o apoio da União Europeia e outros Estados-membros, estão em vias de finalizar a instalação do Instex -- um mecanismo que visa facilitar o comércio legítimo com o Irão", detalhou-se na declaração europeia.
"Apelamos firmemente ao Irão para que se abstenha de atividades" ligadas ao desenvolvimento das suas capacidades balísticas e à sua transferência para países terceiros, comportamentos que "aumentam a desconfiança e as tensões regionais", considerou-se também no texto.
O Irão é acusado de desenvolver mísseis com capacidade de transportar cargas nucleares, com Teerão a contrapor que tem apenas uma vocação defensiva e convencional.
O Irão é ainda suspeito de transferir armas e informações aos rebeldes houthis iemenitas, o que também nega.
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