Polícia acusado de racismo e de abuso de força ganhou prémio nos EUA
Jonathan Mills ganhou o prémio de agente do ano de 2018 no departamento de Orlando. Critérios para a atribuição do prémio anual serão revistos.
© Reuters
Mundo EUA
Um agente da polícia de Orlando acusado de racismo e de abuso de força ganhou o prémio de polícia do ano de 2018 atribuído por aquela força de segurança, segundo o Orlando Sentinel. Jonathan Mills, que recebeu o prémio em fevereiro, chegou a ser afastado do trabalho de patrulhamento e teve uma formação de sensibilidade antes de ser reintegrado.
Em causa esteve um incidente em 2016 quando mandou parar um carro em Parramore. Mills foi captado pela sua câmara corporal a gozar com a aparência de uma das pessoas no carro, uma mulher negra. “Esse penteado é triste. Tens de dar um jeito no teu cabelo, rapariga”, disse o agente.
Foi alvo de uma investigação que determinou que o seu comentário violou a política do departamento e que manchou a sua imagem.
Caila Coleman, vice-presidente da Orlando Citizens Police Review Board, já tinha acusado então Jonathan Mills de “racismo flagrante”. Agora, não escondeu a sua indignação ao saber que Mills ganhou o prémio. “Se ele recebeu este prémio, que mensagem está o departamento de polícia de Orlando a enviar aos cidadãos que jurou proteger e servir? Eu gostava de acreditar que há outros agentes melhor qualificados para receberem este prémio prestigiante”.
Antes deste incidente, Jonathan Mills já tinha estado envolvido em dois incidentes separados nos quais foi acusado de abuso de força. Em 2013, um homem acusou Mills de o atirar para o chão sem ser provocado e em 2014 foi acusado de agressão sexual quando procurava drogas no corpo de um homem.
Estes incidentes originaram processos e só em 2017 a cidade de Orlando chegou a acordo com os queixosos, tendo pago indemnizações que totalizaram 130 mil dólares (114 mil euros).
O departamento de polícia de Orlando já referiu que os critérios de atribuição do prémio de agente do ano serão revistos na sequência da distinção recebida por Jonathan Mills.
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