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Lista de candidatos à nomeação Democrata para as presidenciais de 2020

Os debates televisivos desta semana vão servir para começar a separar o "trigo do joio" entre os 25 candidatos do Partido Democrata à Casa Branca, que se dividem ideologicamente, mas têm um adversário comum no Presidente Donald Trump.

Lista de candidatos à nomeação Democrata para as presidenciais de 2020
Notícias ao Minuto

16:55 - 25/06/19 por Lusa

Mundo Estados Unidos

Poucos dias depois de Donald Trump ter anunciado oficialmente a sua recandidatura, com um comício que encheu um pavilhão na Flórida, os candidatos Democratas sabem que terão o difícil desafio de demover o Presidente que, apesar de apresentar baixos valores de aprovação, orgulha-se de índices económicos muito favoráveis.

O adversário dos Democratas pode ser comum, mas a estratégia para o derrotar e as ideias sobre a economia norte-americana são tópicos que dividem o painel muito diversificado de 25 candidatos, com idades entre os 37 e os 89 anos, um número recorde de mulheres, muitos originários de minorias e com posições ideológicas que vão desde a mais moderada à mais radical.

Eis a lista dos 25 candidatos que concorrerão nas eleições primárias do Partido Democrata:

Joe Biden

Ex-braço direito do Presidente Barack Obama, antigo senador, este democrata moderado, de 76 anos, esperou vários meses antes de se juntar ao grupo de candidatos à nomeação.

Com uma longa carreira política de mais de 45 anos e um sólido capital de simpatia junto da base democrata, parte na 'pole position', o que o tornou um dos principais alvos de críticas internas.

Donald Trump tem-no escolhido como principal figura Democrata para as suas críticas, acusando-o de ser demasiado velho para o cargo e de estar demasiado amarrado à herança de Obama.

Biden também tem estado envolvido em polémicas, que o tornam vulnerável aos olhos do Republicano Donald Trump, mas também dos seus adversários nas primárias Democratas, como sejam os exageros nas manifestações públicas de afeto junto de mulheres ou posições de política externa que assumiu quando era vice-Presidente de Obama.

Cory Booker

Senador negro carismático, de 50 anos, anunciou a sua candidatura em 01 de fevereiro, defendendo a união de uma América dividida.

Antigo presidente da câmara de Newark, em New Jersey, é considerado um bom orador e recentemente brilhou no Senado, quando se tornou um dos principais opositores da estratégia de Donald Trump na escolha de juízes para o Supremo Tribunal.

Mas apesar desse momento, os seus adversários internos consideram que, em outras matérias, Booker tem sido demasiado condescendente com Trump e com as suas políticas económicas.

Pete Buttigieg

O jovem presidente da câmara da cidade de South Bend, no Indiana, de 37 anos, tem sido uma surpresa desde que lançou a comissão exploratória para a candidatura em 23 de janeiro.

Antigo militar e o primeiro candidato de primeiro plano abertamente homossexual, conseguiu obter sete milhões de dólares (6,2 milhões de euros) em doações no primeiro trimestre e oficializou a candidatura em 14 de abril.

A sua juventude e falta de experiência política são apontados como principais defeitos de candidatura, mas Buttigieg tem tentando compensar a falha com uma elogiada capacidade oratória e com um carisma que apela aos eleitores mais jovens.

Julian Castro

Aos 44 anos, tem já no currículo ter sido ministro de Barack Obama e ter sido presidente da Câmara de San Antonio, uma das principais cidades do Texas.

Castro é o único candidato latino na corrida Democrata e a sua juventude tem sido vista como um trunfo junto da sua principal base de apoio, nas minorias, mas tem revelado muitas dificuldades em conseguir apoio financeiro para a sua campanha.

John Delaney

O antigo eleito para a Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso norte-americano), pelo Maryland, de 56 anos, tem feito incidir a sua campanha nas propostas de apoio aos agricultores prejudicados pela guerra comercial com a China, promovida por Donald Trump.

Com essa estratégia, contudo, Delaney não tem conseguido muita notoriedade e apresenta fortes dificuldades de obtenção de fundos de campanha.

Tulsi Gabbard

Nas últimas eleições intercalares foi eleita membro da Câmara dos Representantes pelo Hawaii, com apenas 38 anos, sendo a primeira política hindu a ocupar esse cargo.

Traz na sua bagagem de currículo as comissões de serviço no Iraque e no Koweit, mas é a sua posição em política externa a fonte de críticas dos seus adversários, após ter viajado à Síria para se encontrar com o Presidente Bashar Assad, acusado de crimes de guerra e de genocídio.

Recentemente, foi ainda forçada a pedir desculpa pelo seu passado na luta contra os direitos dos homossexuais.

Kirsten Gillibrand

A senadora de Nova Iorque, 52 anos, tornou-se um nome conhecido quando se associou ao movimento #MeToo, pedindo a demissão de um senador Democrata que estava envolvido num escândalo de assédio sexual.

Mas recentemente viu-se ela própria afetada por acusações de assédio sexual por parte de alguns dos seus mais próximos assessores.

Mike Gravel

O antigo senador pelo Alaska (entre 1969 e 1981), aos 89 anos é o mais velho dos candidatos.

Já em 2008 tentou uma candidatura presidencial, pelo Partido Democrata, primeiro, e como candidato Libertário, quando foi rejeitado na primeira opção.

A sua campanha centra-se em apresentar propostas radicais, com a defesa de um Partido Democrata mais à esquerda, aproximando-se de várias das ideias de Bernie Sanders.

Kamala Harris

A senadora da Califórnia, de 54 anos, ambiciona tornar-se a primeira presidente negra dos Estados Unidos.

Harris apresentou a sua candidatura em janeiro, no dia em que os Estados Unidos prestam homenagem a Martin Luther King e tem aproveitado o seu género e a sua cor de pele para se afirmar junto do eleitorado feminino e negro, onde goza de particular popularidade.

Filha de uma investigadora médica indiana e de um economista jamaicano, foi procuradora em São Francisco e dirigiu depois os serviços judiciais da Califórnia, mas são as suas propostas para a reforma do sistema de justiça criminal aqueles que mais têm estado sob escrutínio dos seus adversários.

John Hickenlooper

O antigo governador do Colorado, de 67 anos, cultiva um estilo pouco ortodoxo de fazer política, mas tornou-se um candidato apetecível quando as sondagens o apresentaram como podendo ter bons resultados nos Estados mais voláteis eleitoralmente.

Os adversários internos, contudo, dizem que Hickenlooper tem pouco reconhecimento nacional e é demasiado conservador para poder fazer frente a Donald Trump de forma eficaz.

Recentemente, recebeu críticas de movimentos ambientalistas por não defender as suas propostas de maior regulação da indústria de energia.

Jay Inslee

O governador do Estado de Washington, 68 anos, antigo congressista tem centrado a sua campanha no combate às alterações climáticas, dizendo que se trata de uma excelente oportunidade para a economia norte-americana.

Os seus adversários consideram que ele não tem apresentado ideias noutras áreas, tornando-se um candidato de causa única.

Amy Klobuchar

Antiga procuradora e neta de um mineiro, a senadora de 59 anos foi reeleita em novembro de 2018, no Minnesota, onde continua a ser muito popular, incluindo nos bastiões mineiros que votaram por Donald Trump em 2016.

Considerada de centro-esquerda, defende o direito à interrupção voluntária da gravidez e o combate às alterações climáticas.

Klobuchar é considerada pragmática e hábil a lidar com Republicanos, quando é necessário apoio bipartidário para propostas políticas, o que lhe garante popularidade entre o eleitorado mais conservador do interior rural.

Wayne Messam

O presidente da Câmara de Miramar, na Flórida, 45 anos, tem realçado a sua competência em conseguir harmonizar, a nível autárquico, a proteção do ambiente com medidas de incentivo às empresas e indústrias.

Mas Messam não tem conseguido fazer passar essa mensagem a nível nacional, o que ajuda a explicar a sua fraca capacidade para angariar fundos para a sua campanha.

Seth Moulton

Apesar de apenas ter 40 anos, é já um veterano da guerra do Iraque e foi eleito para a Câmara dos Representantes, onde ganhou atenção mediática por ter estado na fação que procurou contrariar a eleição de Nancy Pelosi para líder (tendo sido derrotado).

Não tem notoriedade entre o eleitorado, nem parece conseguir reunir muitos fundos para a campanha, o que lhe valeu ficar de fora dos primeiros debates televisivos para as primárias do Partido Democrata.

Beto O'Rourke

Antigo eleito da Câmara dos Representantes, o texano de 46 anos ficou mais conhecido por tentar tirar ao "peso pesado" republicano Ted Cruz o seu lugar no Senado em 2018 e ter perdido por pouco num Estado tradicionalmente conservador.

O seu programa é considerado de esquerda em questões como a imigração, o clima ou a cobertura ao nível dos cuidados de saúde.

Um dos seus principais trunfos de pré-campanha tem sido a sua habilidade no contacto próximo com os eleitores, multiplicando-se em iniciativas onde procura discutir os temas mais polémicos, incluindo a questão da imigração ilegal (muito sensível no Texas).

Tim Ryan

Membro da Câmara dos Representantes desde 2003, pelo Ohio, aos 45 anos foi adversário de Nancy Pelosi na luta pela liderança desse órgão, saindo derrotado.

Nas suas iniciativas tem apresentado propostas progressistas, sobretudo na área laboral.

Tem pouco reconhecimento nacional e fraca capacidade para angariar fundos para a campanha.

Bernie Sanders

O senador independente, de 77 anos, que se descreve como "socialista", surpreendeu nas primárias democratas de 2016 contra Hillary Clinton.

Há quatro ano, Sanders perdeu, mas espera agora um melhor futuro para a sua "revolução política", numa altura em que as suas ideias claramente à esquerda são adotadas por muitos outros democratas.

Mas essas posições mais radicais são também um dos seus maiores problemas, com os adversários internos a questionarem se ele não estará a empurrar o partido demasiadamente para a esquerda.

As sondagens também demonstram que tem fracos níveis de apoio junto das minorias, em particular hispânica, que olha com suspeição para as suas propostas económicas.

Joe Sestak

Antigo congressista pela Pensilvânia, 67 anos, foi um dos opositores internos à candidatura de Barack Obama para a Casa Branca.

No seu currículo leva um forte conhecimento de matérias de Defesa, depois de ter passado várias décadas na Marinha.

O facto de não ter apoiado Obama, nem o vice, Joe Biden, ainda hoje lhe granjeia ressentimentos junto dos eleitores Democratas.

Eric Swalwell

Aos 38 anos, este membro da Câmara dos Representantes, pela Califórnia, tem conseguido visibilidade pela sua presença assídua nos programas políticos das estações noticiosas de televisão, onde aparece como feroz crítico de Trump

A sua boa capacidade oratória e a sua notoriedade, contudo, não lhe têm permitido muitos fundos para a sua campanha.

Elizabeth Warren

A senadora do Massachusetts e antiga professora de Direito em Harvard, de 69 anos, está na ala esquerda do partido e construiu a sua reputação condenando os "excessos" de Wall Street.

Desafiou a polémica com as suas distantes origens índias e é apelidada de "Pocahontas" pelo Presidente Donald Trump.

As suas ideias mais progressistas rivalizam com algumas posições do "radical" Sanders, que ela suaviza e torna mais apetecíveis ao eleitorado mais moderado, fazendo disso uma alavanca para a sua candidatura.

Marianne Williamson

Autora de livros de desenvolvimento pessoal, 66 anos, é apontada como um corpo estranho nesta lista de candidatos, mas tem procurado tirar proveito desse facto para se aproximar dos eleitores mais descontentes com os políticos tradicionais, que tem criticado.

A sua pouca visibilidade não lhe tem permitido angariar fundos suficientes para manter a sua campanha no nível que desejava.

Andrew Yang

O empresário de 44 anos ganhou notoriedade quando apresentou uma proposta de rendimento universal garantido, de mil dólares (cerca de 900 euros) para todos os norte-americanos.

Até os adversários lhe reconhecem uma agenda económica bem sustentada, mas tem-lhe faltado experiência política para lidar com outros aspetos de campanha, o que lhe dá pouca popularidade nas sondagens.

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