Ucrânia ameaça abandonar Conselho da Europa após regresso da Rússia
A Ucrânia anunciou hoje a intenção de suspender a participação nos trabalhos do Conselho da Europa, depois de esta organização ter autorizado o regresso da delegação russa, pondo fim a cinco anos de crise institucional com Moscovo.
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Mundo Conselho da Europa
"Decisão da delegação ucraniana: pôr fim à sua participação nos trabalhos da assembleia parlamentar do Conselho da Europa por questões ligadas à suspensão dos direitos da delegação russa", afirmou na rede social Facebook o chefe da delegação ucraniana, Volodymyr Ariev.
A delegação vai também pedir que esta questão seja abordada com caráter de urgência no parlamento ucraniano e que o Presidente e o Ministério dos Negócios Estrangeiros "determinem uma posição clara" sobre o futuro da participação de Kiev nas instâncias do Conselho da Europa, acrescentou.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, admitiu, entretanto, estar "desapontado" com a autorização dada à Rússia para regressar aos trabalhos do Conselho da Europa, admitindo que tentou dissuadir a chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Mácron, de apoiar a decisão.
"É lamentável que os nossos parceiros europeus não nos tenham escutado e que tenham agido de forma diferente", afirmou no Facebook.
Depois de nove horas de discussão e de terem sido aprovadas várias emendas, os parlamentares dos Estados-membros do Conselho da Europa aprovaram a possibilidade de a Rússia participar novamente nos trabalhos, o que já não acontecia desde a anexação da península ucraniana da Crimeia por Moscovo, em 2014.
Embora não tenha poder para tomar decisões vinculativas, a assembleia parlamentar do Conselho da Europa -- que funciona em Estrasburgo e é independente da União Europeia - emite recomendações ou responsabiliza governos por questões relativas a direitos humanos e democracia.
A Rússia, que tem uma história tempestuosa com a organização há 70 anos, ameaçou abandonar o Conselho da Europa, o que teria sido uma situação inédita na organização e privaria os cidadãos russos de qualquer recurso ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
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