Comissão eleitoral da Mauritânia confirma vitória de Ghazouani
A Comissão eleitoral da Mauritânia confirmou hoje a vitória por larga margem do general na reforma e ex-ministro da Defesa, Mohamed Ould Ghazouani, nas presidenciais do fim de semana, e que sucede ao presidente cessante Mohamed Ould Abdel Aziz.
© Reuters
Mundo Presidenciais
O resultado tinha já sido confirmado na noite de sábado por Ghazouani, que clamou vitória horas após o encerramento das urnas, um anúncio que foi de imediato contestado pela oposição.
A eleição deverá permitir a primeira transição pacífica de poder desde a independência da França em 1960, e após Mohamed Ould Abdel Aziz ter sido determinante na escolha do seu sucessor.
O ex-chefe de Estado foi impedido de concorrer a um terceiro mandato por imposição da Constituição.
Ghazouani obteve 52% dos votos, enquanto Biram Dah Abied, um ativista de direitos humanos que se envolveu numa campanha contra a escravatura no país da África ocidental, obteve cerca de 19%, de acordo com a Comissão Nacional Eleitoral Independente (CNEI).
A Mauritânia, situada em pleno deserto do Saara e uma república islâmica moderada, tem conseguido evitar a vaga de violência que tem assolado o vizinho Mali e que se estendeu ao Burkina Faso e Níger.
No entanto, a Mauritânia registou cinco golpes de Estado desde a independência e desde então o país tem sido liderado na maior parte desse período por militares.
O próprio Aziz garantiu a presidência após um golpe de Estado em 2008, apesar de ter referido que promoveu a rebelião para impedir o regresso de um poder militar repressivo.
No ano seguinte venceu por larga margem as presidenciais, descritas pelos opositores como um "golpe eleitoral" fraudulento
A maioria dos partidos da oposição boicotaram as eleições de 2014, que Aziz voltou a vencer com 82% dos votos, de acordo com os resultados oficiais.
A Mauritânia foi o último país do mundo a abolir a escravatura em 1981, mas não a criminalizou até 2007.
Os Estados Unidos aboliram em 2018 os benefícios comerciais, ao considerem que Nouakchott não estava a efetuar os progressos suficientes no combate ao trabalho forçado, incluindo a escravatura. No entanto, o governo mauritano tem negado que a escravatura esteja a alastrar no país.
A taxa de participação dos 1,5 milhões de eleitores inscritos foi de 62,66%, segundo a comissão eleitoral.
Estes resultados deverão agora ser submetidos ao Conselho Constitucional do país para validação, uma vez examinados eventuais recursos que venham a ser interpostos pela oposição, que anunciou a intenção de utilizar todas as vias legais para os contestar.
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