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Discussão violenta coloca Boris Johnson nas capas dos jornais e em apuros

O principal candidato para suceder a Theresa May na liderança do partido Conservador recusou falar sobre o assunto, enquanto vizinho que chamou a polícia dá entrevista ao Guardian.

Boris Johnson recusou-se a falar sobre o que aconteceu entre si e sua namorada, Carrie Symonds, que levou a polícia até sua casa, após denúncia de um vizinho. O principal candidato à liderança do partido Conservador estava no primeiro dos comícios-debate para militantes, este sábado, em Birmingham, quando se recusou a comentar o assunto. A imprensa britânica, porém, tem outros planos.

Para o antigo mayor de Londres, e favorito para chefiar o governo num dos períodos mais conturbados do Reino Unido, o que o povo quer saber são os seus "planos para o país". O escândalo, porém, é parangona em quase todas as primeiras páginas, num tom transversalmente crítico. 

"Porque é que o Boris não nos diz o que aconteceu?", questiona o Sunday Express, ao passo que o Sunday Times cita uma fonte próxima do seu opositor, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jeremy Hunt, descrevendo Boris como "um risco de segurança" e afirmando que a sua vida privada "é uma ameaça", por ser permeável a chantagem por outros estados.

Os jornais são consensuais num ponto: o escândalo poderá representar um golpe significativo nesta reta final da campanha para a liderança dos 'Tories' e, principalmente, para a entrada no número 10 de Downing Street. Outros jornais, contudo, escrevem que "um temperamento feroz não é uma desqualificação do cargo governamental".

Vizinho que chamou a polícia justifica decisão

O vizinho do político, que chamou a polícia depois de ouvir uma violenta discussão, defendeu este sábado a sua decisão em entrevista ao Guardian, dizendo que estava preocupado com a segurança da mulher. "Espero que qualquer pessoa fizesse a mesma coisa", indicou.

Tom Penn, de 29 anos, porém, não só chamou a polícia como gravou um áudio do incidente, que agora mostrou à mesma publicação. O britânico, que mora também em Camberwell, no sul de Londres, afirma ter ouvido "golpes e pancadas" e que quando a polícia o contactou para lhe dizer que ninguém estava ferido e que não ia ser tomada nenhuma ação, tomou a decisão de tornar o incidente público.

"Acho que é razoável que alguém que, provavelmente, se vai tornar nosso primeiro-ministro, seja responsabilizado por todas as suas palavras, ações e comportamentos", justificou. Penn refere que os gritos eram "barulhentos e zangados o suficiente para sentir medo e preocupação pelo bem-estar dos envolvidos".

O homem refere que se dirigiu ao apartamento, bateu à porta e ninguém abriu, tendo depois tomado a decisão de chamar a polícia.

Na gravação, ouvida pelo Guardian, o político recusava-se a sair de casa e dizia à namorada para "largar" o seu computador, antes de se ouvir um estrondo. Pode ainda ouvir-se a namorada, Carrie Symonds, a dizer "larga-me" e "sai de minha casa".

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