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Repórteres Sem Fronteiras criticam cobertura da morte de Mohamed Morsi

A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras denunciou hoje que os media egípcios praticamente não cobriram a morte do ex-Presidente Mohamed Morsi, registada esta semana, num tribunal do Cairo, a capital.

Repórteres Sem Fronteiras criticam cobertura da morte de Mohamed Morsi
Notícias ao Minuto

16:16 - 22/06/19 por Lusa

Mundo Jornalismo

Mohamed Morsi -- o primeiro presidente egípcio eleito democraticamente, em 2012, após a rebelião da Primavera Árabe, que acabou com o regime autocrático do Presidente Hosni Mubarak, no poder há 30 anos -- morreu durante uma sessão no tribunal, onde estava a ser julgado por acusações de espionagem.

Morsi estava a falar há 20 minutos, de forma enérgica, quando desmaiou. Foi transportado para o hospital, onde acabou por morrer, segundo a televisão estatal egípcia.

Mohamed Morsi, de 67 anos, estava preso desde julho de 2013, quando foi deposto na sequência de protestos em massa, apoiados pela Irmandade Muçulmana, e de um golpe de Estado militar.

A maioria dos jornais egípcios publicaram apenas pequenas notícias sobre a morte de Morsi, enterradas nas páginas do meio das edições de terça-feira, dia 18, descreve a agência americana Associated Press, sublinhando que a exceção foi o Al-Masry Al-Youm, que lhe concedeu honras de primeira página.

Segundo os Repórteres Sem Fronteiras, a maioria dos media egípcios utilizou, para noticiar o sucedido, o mesmo comunicado de 42 palavras emitido pelo Governo egípcio.

Face a isto, os Repórteres Sem Fronteiras instaram o Egipto a "permitir a liberdade de imprensa, em vez de procurar encerrar o debate e minimizar a divulgação" sobre a morte de Morsi.

O antigo Presidente egípcio foi enterrado no Cairo, na terça-feira, numa cerimónia discreta.

A morte súbita de Morsi desencadeou uma série de reações da comunidade internacional.

As Nações Unidas já pediram uma "investigação completa e independente" sobre a morte do ex-Presidente egípcio.

O Governo egípcio reagiu a essas suspeições, acusando as Nações Unidas de quererem politizar a morte de Morsi.

Para organizações como a Humans Right Watch, a morte de Morsi era "completamente previsível", face à "falta de autorização do Governo para lhe ser dada a atenção médica adequada e para receber visitas de familiares".

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, foi mais longe e apontou responsabilidades às autoridades egípcias pela morte de Morsi. "No tribunal, ele torceu-se no chão durante 20 minutos. As autoridades não fizeram nada para o ajudar. Ele foi morto. Não morreu de causas naturais", acusou.

O Presidente turco disse que tudo fará para levar as autoridades egípcias aos "tribunais internacionais".

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