Irão vai ultrapassar limites de reservas de urânio enriquecido este mês
As reservas de urânio enriquecido do Irão vão ultrapassar o limite fixado no acordo internacional de 2015 sobre o nuclear iraniano a partir de 27 de junho, anunciou hoje o porta-voz da Organização iraniana de Energia Atómica.
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Mundo Urânio enriquecido
"Hoje começou a contagem regressiva para ultrapassar os 300 quilos de reservas enriquecidas de urânio e daqui a 10 dias, ou seja, em 27 de junho, vamos ultrapassar esse limite", afirmou Behrouz Kamalvandi em conferência de imprensa emitida pela televisão estatal iraniana.
O acordo assinado em 2015 com o chamado grupo P5+1 - China, Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, Alemanha e Estados Unidos (embora este país tenha abandonado o acordo no ano passado - determina que o Irão só pode produzir urânio enriquecido até um limite de 300 quilogramas e não pode exceder os níveis de baixo enriquecimento, de 3,67%.
O porta-voz da Organização iraniana de Energia Atómica lembrou, nas declarações de hoje, que o Irão já quadruplicou a sua produção de urânio pouco enriquecido, embora na altura a Rússia tenha garantido que esse aumento estava a ser realizado sob o controle da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
O anúncio de que vai ultrapassar os limites fixados pelo acordo foi feito numa altura em que surgem acusações ao Irão sobre ataques a petroleiros na semana passada, o que o Irão considerou ser uma campanha "iranofóbica".
Na quinta-feira, um petroleiro norueguês e outro japonês foram atacados quando navegavam no golfo de Omã, junto ao estreito de Ormuz, ao largo do Irão.
Um dia depois, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Jeremy Hunt, afirmou que a responsabilidade pelos ataques é "quase de certeza" do Irão.
Jeremy Hunt apelou ao Irão para que acabe com toda a "atividade desestabilizadora", sublinhando que o Reino Unido "está em estreita coordenação com os parceiros internacionais para encontrar soluções diplomáticas que visem acalmar as tensões".
Também os Estados Unidos culparam o Irão pelo ataque, apesar de Teerão ter declarado não estar envolvido e ter acusado Washington de uma "campanha iranofóbica".
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