Fui vista "como uma prostituta drogada, culpada até prova em contrário"
Norte-americana regressa pela primeira vez ao país onde esteve presa, alegadamente de forma injusta, durante quatro anos.
© Getty Images
Mundo Amanda Knox
Amanda Knox, a norte-americana que é acusada de ter matado uma estudante britânica durante um período de intercâmbio escolar, na Itália, regressou ao país onde foi acusada de homicídio.
A jovem anunciou o seu regresso ao país através do Instagram, dizendo que na mala leva apenas dois desejos: que todos vejam quem é de facto a Amanda Fox, e que este seja o início dos seus 31 anos, livre dos escândalos do passado.
Recorde-se que a norte-americana foi duas vezes acusada pela morte da sua colega de quarto, Meredith Kercher, tendo à terceira vez sido absolvida.
Agora está de volta ao país que a acusou para participar numa conferência em Modela, sobre 'Justiça e os Media'.
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Amanda sabe que o seu regresso não será pacífico, mesmo depois de ter sido absolvida.
Nesta mesma conferência, que aconteceu este sábado, a mulher afirma que os meios de comunicação social podem ser a primeira linha de defesa contra as autoridades, mas que no seu caso os media "decidiram especular e criar histórias clickbait", ou seja, que gerassem visualizações.
"No cenário mundial, eu não era inocente até prova em contrário. Eu era decididamente uma psicopata, suja, e uma prostituta viciada em drogas, culpada até prova em contrário. Foi uma história falsa e sem fundamento que puxou pela imaginação das pessoas", afirmou.
Amanda recordou, ainda, o seu regresso aos Estados Unidos, em 2011, onde tentou retomar a normalidade ao completar os seus estudos na Universidade de Washington, tendo depois arranjado emprego como repórter. Os últimos anos têm sido uma luta constante para recuperar a dignidade da sua imagem pública, tornando-se ativista contra sentenças erradas e tendo lançado o seu próprio livro e protagonizado uma série da Netflix.
Amanda Knox, o caso
Amanda Knox foi acusada, em 2007, de ter morto a sua companheira de casa Meredith Kercher, na cidade de Perugia, onde ambas estavam a estudar no âmbito de um intercâmbio escolar. A norte-americana foi acusada de ter cometido o crime com a ajuda dos eu namorado de então, Raffaele Sollecito, e de um traficante da Costa do Marfim.
Meredith Kercher© Reuters
Amanda esteve presa quatro anos, em Itália, tendo sido acusada de matar a estudante britânica por esta se ter recusado a entrar num jogo de drogas e sexo.
A norte-americana acabou por recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que em 2019 decidiu dar-lhe razão.
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