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New York Times já não quer 'cartoons' após polémica. Artistas reagem

Foi um cartoon de um português envolvendo Donald Trump e Benjamin Netanyahu que levou à decisão.

New York Times já não quer 'cartoons' após polémica. Artistas reagem
Notícias ao Minuto

16:13 - 14/06/19 por Pedro Filipe Pina

Mundo Humor e jornais

O New York Times vai deixar de ter 'cartoons' nas suas páginas. A partir de 1 de julho, a edição internacional adotará a mesma estratégia editorial da edição nacional, que não publica qualquer desenho humorístico.

Na base desta decisão está um autor português em particular, António (António Moreira Antunes), que trabalha regularmente com o Expresso. Há cerca de um mês e meio, o jornal nova-iorquino, uma das mais prestigiadas publicações do mundo, publicou um 'cartoon' de António que mostrava o Presidente dos EUA, Donald Trump, de óculos escuros como se fosse invisual e com um 'kipá na cabeça', um símbolo religioso judaico, a ser conduzido por um cão-guia com a cara do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

O 'cartoon' era uma crítica ao 'seguidismo' da atual administração da Casa Branca perante o líder israelita. Mas o 'cartoon' foi alvo de várias acusações de antissemitismo. 

O fim de 'cartoons' no New York Times, entretanto, está a ser alvo de reação, com outros autores de 'cartoons' a apresentarem nos seus trabalhos críticas à decisão do jornal.

A página do Facebook Editorial & Political Cartoons é uma página que se dedica apenas a exibir 'cartoons' satíricos publicados em meios de comunicação. A maior parte das obras ali publicadas são de autores norte-americanos. E a verdade é que a página de tempos a tempos é alvo de suspensão no Facebook. Na origem, estarão denúncias de utilizadores nas redes sociais, menos abertos à ideia de liberdade de expressão no humor.

Esta semana foram várias as publicações que a Editorial & Political Cartoons tem partilhado. O alvo? O New York Times e a sua decisão.

Num dos 'cartoons', a rececionista do jornal dá instruções sobre como ir ter ao departamento editorial. "É seguir a linha amarela", sendo que o amarelo, neste contexto, é uma cor que se associa ao medo.

Na imagem em baixo, o jornal de hoje é comparado a uma figura que se destacou entre os democratas nova-iorquinos, no século XIX, e que acabaria por ser condenado por corrupção.

Este é discreto mas tem um alvo claro: "As notícias que se adequam", sendo que o 'T' que surge antes da frase é o mesmo do icónico jornal.

Há críticas que chegam ao Estados Unidos a partir deste lado do Atlântico. É o que acontece com este trabalho originário da Croácia.

"The Failing New York Times". A frase é de Donald Trump, que por repetidas vezes se queixou deste jornal e o criticou em público. De jornal aberto, Trump lê o jornal. Cá em baixo, onde se fala 'do último cartoon' do jornal, um artista pergunta a Trump se pode repetir a mensagem "mas um pouco mais alto". Para que se perceba a ideia.

Com um pé na "arrogância" e outro na "cobardia". "Os nossos delicados olhos" já têm dificuldade em lidar com a "sátira", anuncia aos 'sete ventos' esta crítica ao Times.

Agora o 'cartoonista' está em plena arena do Coliseu, à espera de ser devorado por leões como acontecia nos tempos do Império Romano. na bancada, as razões para o 'crime': "recebemos uma carta para o editor a queixar-se de um 'cartoon'".

A fechar, um último 'cartoon' a revisitar o original e do mesmo autor. Desta vez há o mesmo Trump, mas em vez de Netanyahu, no prolongamento da coleira encontramos um açaime em torno do nome do jornal.

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