Saída dos EUA do acordo nuclear com Irão desestabiliza região, diz Putin

O Presidente russo, Vladimir Putin, alertou hoje que a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irão desestabiliza a situação na região e coloca em risco o futuro do regime de não-proliferação nuclear.

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Lusa
14/06/2019 10:45 ‧ 14/06/2019 por Lusa

Mundo

Rússia

"O abandono por parte dos Estados Unidos do Plano Conjunto de Ação, aprovado por unanimidade pelo Conselho de Segurança da ONU em 2015, não só desestabiliza a situação na região, como também é capaz de prejudicar o regime de não-proliferação nuclear", salientou Vladimir Putin durante a cimeira da Organização para a Cooperação de Xangai (SCO), em Bishkek, capital do Quirguistão.

O Presidente da Rússia, que agendou várias reuniões bilaterais durante a cimeira, incluindo uma com Presidente iraniano, Hassan Rohani, indicou que a Rússia, que assumirá a presidência da SCO depois do Quirguistão, insistirá no cumprimento das obrigações do acordo por parte dos restantes signatários - China, França, Reino Unido, Alemanha, além da Rússia.

"Consideramos que esse é o único caminho correto e lógico", acrescentou.

A tensão entre os EUA e o Irão cresceu desde que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou, unilateralmente, o país do acordo nuclear de 2015 e restaurou as sanções norte-americanas, que arruínam a economia iraniana.

Em maio, registou-se uma escalada das tensões, após a República Islâmica ter suspendido alguns dos seus compromissos nucleares, com Washington a acusar Teerão de preparar ofensivas contra os seus interesses no Médio Oriente e a reforçar a sua presença militar no Golfo Pérsico.

O acordo internacional sobre o nuclear iraniano foi assinado em 2015 entre o Irão e os 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas - Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China - mais a Alemanha).

A República Islâmica comprometeu-se a aceitar limitações e maior vigilância internacional do seu programa nuclear, que sempre garantiu ser apenas civil, em troca do levantamento das sanções internacionais.

Em 8 de maio de 2018, o Presidente Donald Trump anunciou o abandono do acordo, acusando o Governo iraniano de incumprimento, apesar de a Agência Internacional de Energia Atómica ter certificado em vários relatórios o cumprimento dos compromissos por parte do Irão.

Após anunciar a retirada do acordo nuclear, os Estados Unidos restabeleceram, em agosto de 2018, sanções bilaterais relativas ao setor financeiro e comercial e, em novembro, ao setor da energia.

 

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