Le Pen apresenta "primeira força soberanista" do Parlamento Europeu
A líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, apresentou hoje em Bruxelas o novo grupo Identidade e Democracia, apontando a "revolução do cenário político" europeu como principal objetivo.
© Reuters
Mundo Europeias
Na ausência do italiano Matteo Salvini, líder da Liga (extrema-direita) e o outro grande impulsionador do novo grupo, a política francesa assumiu a tarefa de apresentar o Identidade e Democracia, "a primeira força soberanista do Parlamento Europeu".
"Acabou o isolamento que afligia aqueles que no Parlamento defendiam as nações e o direito dos povos a dispor de si próprios", declarou, esclarecendo que, apesar de terem membros em comum, este novo grupo é diferente do seu antecessor, o Europa das Nações e das Liberdades (ENL).
Embora não seja o "supergrupo" de forças eurocéticas e nacionalistas ambicionado pela líder da União Nacional e por Salvini, o Identidade e Democracia congrega partidos políticos de nove países -- Itália, França, Alemanha, Bélgica (mais concretamente da região da Flandres), Finlândia, Áustria, República Checa, Dinamarca e Estónia -- e será a quinta força política da próxima legislatura, com 73 eurodeputados, mais 37 que o ENL.
"Desde as eleições [europeias] que a União Europeia está num estado de negação total da realidade, acredita que não aconteceu nada. Não ouviu aquilo que os eleitores disseram nas eleições", acusou a líder da União Nacional, partido que elegeu 22 representantes para o novo hemiciclo e foi o mais votado em França.
Ao lado de Marco Zanni, o eurodeputado italiano eleito líder parlamentar do Identidade e Democracia, Le Pen desvalorizou as diferenças entre os membros do grupo, nomeadamente em relação ao rigor orçamental ou à relação com a Rússia, defendendo que é mais aquilo que os une do que aquilo que os separa.
"Estamos impregnados da ideia de que somos nações diferentes e que podemos ter sensibilidades diferentes consoante os assuntos, mas temos uma visão comum sobre os grandes temas que interessam aos povos da Europa", pontuou.
E os grandes temas programáticos do novo grupo soberanista são, segundo Marco Zanni, a segurança, "que a União Europeia ainda não conseguiu oferecer" aos seus cidadãos, as migrações, com "a rejeição de uma política de portas abertas" aos migrantes, e a economia, com a alteração "total" de orientações, de modo a que as políticas não sejam mais flexíveis para uns países do que para outros.
"É um novo projeto, uma nova maneira de encararmos a Europa. Este grupo representa uma ideia muito diferente do que vimos nos últimos anos e procura uma Europa que não quer ser homologada no plano legislativo", definiu o italiano.
Eleito líder do grupo sem surpresa, uma vez que a Liga, com 28 eurodeputados, será o partido com maior peso na nova força política, Zanni reiterou a ideia de que, "por razões históricas e culturais", há temas que devem ser tratados nos parlamentos nacionais e nos Estados-membros, e não no seio do grupo, acreditando que as diferenças entre os partidos não serão um fator de cisão.
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