Após o encerramento das nomeações, na segunda-feira, 10 deputados foram oficialmente declarados candidatos:
- Boris Johnson, 54 anos:
O antigo Mayor de Londres e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros é um dos políticos mais carismáticos no Reino Unido, conhecido pelas piadas e frases em latim ou com referências à Grécia antiga, mas também pelos deslizes.
Fez campanha para sair da União Europeia (UE) no referendo de 2016. Quer concretizar o 'Brexit' dentro do prazo de 31 de outubro e ameaçou reter o pagamento da compensação financeira à UE se Bruxelas não aceitar negociar um novo acordo.
Não exclui sair sem acordo.
Prometeu reduzir os impostos aos contribuintes com rendimentos médios altos.
- Jeremy Hunt, 52 anos:
Ministro dos Negócios Estrangeiros, foi responsável anteriormente pelas pastas da Cultura e Saúde, o que contribuiu para a reputação de competente.
Fez campanha pera "permanência" na UE, mas defende a aplicação do 'Brexit' através da negociação de um acordo sem a solução para a Irlanda do Norte, invocando a sua experiência de negociador e conhecimentos ao nível dos líderes europeus.
Alertou para o risco de uma saída sem acordo desencadear eleições legislativas que poderiam arrasar o partido. Tem o apoio da ministra da Defesa e eurocética, Penny Mordaunt, e da ministra do Trabalho e pró-europeia, Amber Rudd, posicionando-se como alguém que pode unir o partido.
- Michael Gove, 51 anos:
O ministro do Ambiente foi outro dos líderes da campanha pelo 'Brexit', mas ficou mais conhecido por ter retirado inesperadamente o apoio e concorrido contra Boris Johnson nas eleições internas de 2016.
Reconhecido orador, tornou-se num proeminente defensor dentro do governo do acordo de saída da UE negociado pelo governo com Bruxelas.
Admite um novo adiamento para negociar melhores condições.
A atual candidatura foi ensombrada pela revelação de que consumiu cocaína quando era jovem, mas relançou a campanha com um programa abrangente, com políticas para dinamizar a economia, reforçar a justiça e desenvolver as áreas rurais.
- Dominic Raab, 45 anos:
O antigo ministro para o 'Brexit' é um eurocético de longa data, que esteve em funções apenas quatro meses, demitindo-se por discordar com o acordo de saída da UE negociado pela primeira-ministra, Theresa May.
Considera que o Reino Unido foi "humilhado" durante as negociações. Auto intitulando-se "o 'brexiter' convicto com um plano", admite sair da UE a 31 de outubro sem um acordo se não conseguir alterações à solução para a Irlanda do Norte, considerando suspender o Parlamento para forçar o 'Brexit'.
- Sajid Javid, 48 anos:
O perfil de filho de imigrantes paquistaneses diferencia o ministro do Interior dos outros candidatos conservadores em termos de ascensão social.
Embora fosse eurocético, fez campanha pela permanência na UE em 2016, indicando o 'Brexit' como a "prioridade absoluta".
Tem o apoio importante da popular líder dos conservadores na Escócia, Ruth Davidson, propondo modernizar e unir o partido.
- Matt Hancock, 40 anos:
O ministro de Saúde apresenta-se como um renovador e representante de uma "nova geração" no partido, propondo um liberalismo social e económico que conquiste os eleitores moderados.
O lema "Vamos seguir em frente" [Let's Move Forward] resume o princípio de que os conservadores devem olhar para além do 'Brexit'.
Reconhece a necessidade de conduzir o país para fora da UE, mas rejeita uma saída sem acordo devido aos potenciais riscos. Está convencido de que consegue convencer os líderes europeus a incluir um prazo na solução para a Irlanda do Norte.
- Andrea Leadsom, 56 anos:
A antiga ministra dos Assuntos Parlamentares fez campanha em 2016 para sair da UE, e demitiu-se no mês passado por discordar com os planos de uma quarta tentativa para tentar aprovar o acordo de saída, contribuindo para a queda da primeira-ministra.
Concorreu contra Theresa May para suceder a David Cameron, mas desistiu na fase final.
Defende uma "saída controlada" da UE sem acordo a 31 de outubro através de uma série de pequenos acordos bilaterais para garantir a continuidade das relações comerciais ou transportes.
- Rory Stewart, 46 anos:
O ministro para o Desenvolvimento Internacional surpreendeu quando se lançou numa viagem pelo país para conversar com eleitores e publicando vídeos filmados em modo 'selfie' nas redes sociais.
Tem um currículo invulgar, que inclui posições como professor dos príncipes William e Harry e vice-governador de uma província no Iraque após a invasão liderada pelos EUA em 2003, além de ter escrito um livro após atravessar o Afeganistão a pé.
Declarou-se o candidato "anti-Boris" porque recusa uma rutura com a UE que resulte numa saída sem acordo e apelou ao "realismo" para aprovar o documento negociado pelo governo.
- Esther McVey, 51 anos:
Ex-apresentadora de televisão e antiga ministra do Trabalho, é uma eurocética e 'brexiter' que quer uma saída da UE a 31 de outubro, mesmo sem acordo.
Defende um programa de medidas que cativem a classe trabalhadora, defendendo aumentos para os funcionários públicos. Admite ter poucas hipóteses de ganhar.
- Mark Harper, 49 anos:
O menos conhecido dos candidatos, foi secretário de Estado em vários ministérios, mas nunca foi promovido, o que está a usar como vantagem, distanciando dos fracassos do governo na questão do 'Brexit'.
Está preparado para pedir um adiamento "curto e concentrado" para porque considera não ser "nem possível nem credível" negociar com a UE um novo acordo até 31 de outubro.