Presidente Macri anuncia como seu candidato a "vice" um peronista
O Presidente argentino, Mauricio Macri, candidato à reeleição, anunciou hoje como seu candidato a "vice" o opositor peronista Miguel Pichetto, numa estratégia que amplia a coligação de Governo e que polariza a corrida eleitoral contra Cristina Kirchner.
© Reuters
Mundo Argentina
A 24 horas da inscrição das coligações e a 10 dias das inscrições dos candidatos que darão início à corrida eleitoral, o Presidente de centro-direita, Mauricio Macri, anunciou uma ampliação da sua coligação ao incluir um candidato a vice-presidente da oposição peronista, o senador Miguel Ángel Pichetto, ex-aliado de Cristina Kirchner.
"Quero anunciar que Miguel Ángel Pichetto me acompanhará como candidato a vice-presidente", publicou Macri nas redes sociais, explicando a inesperada associação com a necessidade de construir acordos.
"Necessitaremos de construir acordos com muita generosidade e com patriotismo", indicou Mauricio Macri, líder do PRO, um partido que integra a coligação 'Cambiemos' (Mudemos) que nasceu em 2015 para derrotar o peronismo, representado por Cristina Kirchner.
Miguel Ángel Pichetto justificou em conferência de imprensa, em Buenos Aires, a decisão: "O Presidente propôs-me hoje e imediatamente respondi-lhe que sim".
"O Presidente Macri decidiu convocar-me para uma base política muito mais ampla. Falei com os governadores peronistas. Muitos companheiros do Peronismo vão acompanhar-me nesta proposta", revelou Pichetto.
A decisão visa seduzir o voto peronista, pulverizado em diferentes candidaturas como a da ex-Presidente Cristina Kirchner, que será candidata a vice-presidente na candidatura de Alberto Fernández.
O atual senador Miguel Pichetto também permitirá a Macri uma experiente administração do Senado numa eventual reeleição do atual chefe de Estado, dado que o futuro governo precisará de aprovar reformas estruturais.
Pichetto é o líder do bloco peronista no Senado desde o Governo de Cristina Kirchner (2007-2015), ex-chefe de partido.
Com a associação de Macri com Pichetto e de Cristina Kirchner a Alberto Fernández, a campanha eleitoral argentina esvazia qualquer alternativa peronista pela terceira via.
A primeira volta das eleições presidenciais será em 27 de outubro, tendendo a manter um acérrimo duelo até à segunda volta em 24 de novembro.
Cristina Kirchner, atual senadora, anunciou em maio que vai concorrer à vice-presidência, tendo como candidato a presidente o seu ex-chefe de gabinete, Alberto Fernández.
Como candidata a vice-presidente, Cristina Kirchner garante a imunidade perante a ação da Justiça em 13 processos penais, a maioria por corrupção. A senadora tem sete pedidos de prisão preventiva que só não são executados devido à sua imunidade.
Paradoxalmente, a imunidade de Kirchner só se mantém graças a Miguel Pichetto, que tem o controlo sobre o número de senadores necessários para votar a perda de imunidade parlamentar.
"Pessoalmente, não estou a favor de aprovar a autorização para prisão preventiva de Cristina Kirchner. Considero que a prisão preventiva é uma pena antecipada. Deve haver antes uma sentença", explicou à Lusa, no final do ano passado, o senador Miguel Ángel Pichetto, líder do bloco peronista.
Hoje, o candidato a "vice" de Macri acrescentou: "Nada muda agora nesse sentido. Sou contra a prisão preventiva como pena antecipada. Estou com a mesma opinião que tive sempre. Não vou modificar essa posição sobre o foro privilegiado".
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