A advertência surge numa declaração conjunta, no final de uma reunião de Angelina Jolie com o Presidente da Colômbia, Ivan Duque, com quem analisou a resposta das autoridades de Bogotá à crise migratória venezuelana.
Angelina Jolie alertou que milhares de crianças podem ficar apátridas devido à falta de documentação para legalizar a sua situação.
"O Presidente e eu conversámos sobre este risco e o seu compromisso em apoiar as crianças", disse Jolie, que chegou na sexta-feira à Colômbia para uma visita de dois dias como representante da ACNUR.
Por seu turno, Duque, indicou que, na reunião com Angelina Jolie, foi tratada a questão da nacionalidade das crianças.
"Falámos na necessidade de dar nacionalidade a milhares de crianças venezuelanas que não têm uma situação migratória definida no nosso país, e fazê-lo é uma forma humanitária de dar-lhes as oportunidades e benefícios que merecem para sair desta tragédia", disse.
A atriz visitou a zona de fronteira com a Venezuela para conhecer a resposta humanitária ao êxodo de centenas de milhares de pessoas que fogem da crise naquele país.
"Vim dar o meu apoio ao povo colombiano, que está a responder de forma admirável a esta crise na Venezuela", disse a estrela de Hollywood.
O número de venezuelanos que abandonaram o seu país devido à crise, superou os quatro milhões, segundo anunciaram na sexta-feira, em Genebra, a ACNUR e a Organização Internacional para as Migrações.
Mais de 1,3 milhões estão na Colômbia, onde o Governo lhes está a proporcionar educação escolar e serviços de saúde, bem como programas que os insiram em atividades produtivas.
A Venezuela está a atravessar uma profunda crise económica, agravada pela escassez de comida, medicamentos e outros bens básicos, enquanto se mantém o braço de ferro entre o presidente chavista, Nicolás Maduro, e o líder opositor Juan Guaidó, reconhecido como Presidente interino por mais de 50 países, entre eles os Estados Unidos e a Colômbia.
Hoje, milhares de venezuelanos atravessaram a fronteira com a Colômbia em Cucuta para tentar comprar comida e medicamentos, depois de o Presidente Nicolas Maduro ter autorizado a reabertura da fronteira ao fim de quatro meses.
Longas filas de pessoas, algumas com crianças ao colo, formaram-se junto à cidade para obter o controlo dos documentos.