Irão diz que EUA tem discurso vazio sobre negociações após novas sanções
As novas sanções norte-americanas contra um grande grupo petroquímico iraniano são a "prova" do discurso "vazio" dos Estados Unidos quando dizem estarem prontos para negociar com o Irão, disse hoje o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.
© Reuters
Mundo Sanções
"Demorou apenas uma semana para as alegações do Presidente dos Estados Unidos sobre a sua disposição de negociar com o Irão fazer prova do seu vazio", disse Abbas Mousavi num comunicado.
As declarações do porta-voz governamental iraniano ocorrem um dia depois do anúncio por parte Washington de sanções económicas contra a Companhia Industrial Petroquímica do Golfo Pérsico (PGPIC).
Moussavi considerou essas sanções como um novo exemplo de "terrorismo económico" e "hostilidade" dos Estados Unidos em relação ao seu país.
Para o porta-voz, "a política dos Estados de pressão máxima" contra o Irão "está fadada ao fracasso".
O Tesouro dos Estados Unidos anunciou na sexta-feira que impôs sanções à PGPIC devido ao "apoio financeiro" que daria à Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica do Irão.
As novas sanções apresentadas por Washington visam a PGPIC, "a maior companhia petroquímica do Irão", e 39 suas subsidiárias ou agentes no estrangeiro.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou unilateralmente o seu país em maio de 2018 do acordo nuclear internacional, alcançado em Viena em 2015, e aplicou duras sanções económicas contra o Irão.
O acordo de Viena deveria impedir que o Irão construísse uma bomba atómica, mas Trump acredita que o pacto não fornece garantias suficientes e quer forçar Teerão, por meio da sua política de "pressão máxima", a renegociar um acordo mais vinculativo.
Teerão já informou que a renegociação do acordo está fora de cogitação.
Em maio, os iranianos ameaçaram os países ainda participantes neste acordo de 2015 (Alemanha, China, França, Grã-Bretanha e Rússia) de sair gradualmente do pacto se estes não ajudassem o Irão a contornar as sanções norte-americanas, que sufocam a sua economia.
Acreditando que as autoridades de Teerão "querem conversar" com os Estados Unidos, Trump disse na quinta-feira, em França, que isso era "muito bom".
"Vamos conversar, mas uma coisa é certa, não podem ter armas nucleares", acrescentou Trump.
Até agora, Teerão condicionou qualquer diálogo possível com os Estados Unidos ao levantamento das sanções e ao retorno dos Estados Unidos ao acordo de Viena.
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