"Acho que tudo vai correr bem e que a questão do vosso muro será resolvida. Nós também temos um problema fronteiriço, nos Estados Unidos", disse Trump, referindo-se à situação que pode ser criada pela saída do Reino Unido da União Europeia e à questão da fronteira entre os EUA e o México, respetivamente.

O Presidente norte-americano disse também que estava feliz por perceber que o Governo irlandês partilha das suas preocupações sobre os riscos para a segurança global que constitui a empresa chinesa Huawei, a que os EUA impuseram duras sanções.

Donald Trump iniciou hoje uma visita de dois dias à Irlanda, no meio de um forte dispositivo de segurança, para o proteger das manifestações de protesto preparadas pelo movimento "Stop Trump".

A visita à Irlanda segue-se a uma visita de três dias ao Reino Unido, onde Trump aproveitou para reunir com a primeira-ministra Theresa May e participar nas celebrações das comemorações dos 75 anos do "Dia D" (o dia do desembarque das tropas aliadas na Normandia, no final da II Guerra Mundial).

À chegada a Dublin, Donald Trump foi recebido pelo primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, junto de quem falou aos jornalistas, antes de uma reunião privada, para discutir o 'Brexit'.

Varadkar disse que o objetivo do seu Governo é evitar "uma fronteira ou muro" entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, na sequência do 'Brexit'.

Na conferência de Imprensa, os dois líderes também abordaram várias questões bilaterais, como a relação comercial entre os dois países ou a política de imigração de Washington, um tema importante atendendo ao elevado número de irlandeses que vivem nos Estados Unidos, muitos dos quais de forma ilegal.

"Nós temos milhões de irlandeses e eu acho que conheço a maioria deles porque eles são meus amigos", disse Trump.

Sobre o 'Brexit', o Presidente norte-americano disse que teria todo o gosto em o discutir com Varadkar, até porque disse conhecer "boas pessoas a favor", fazendo referência ao facto de ele próprio apoiar a saída do Reino Unido.

Trump disse ainda que tudo está bem encaminhado para a Irlanda, mas reconheceu que o desfecho do processo fica dependente de quem substituir Theresa May no Governo britânico, após a atual primeira-ministra ter anunciado a sua renúncia ao cargo, recentemente.

Varadkar aproveitou para referir que compreende as preocupações da Casa Branca sobre a empresa chinesa Huawei, prometendo que o seu Governo fará uma análise às implicações de segurança que possa acarretar a importação da sua tecnologia para as futuras redes de telecomunicações 5G.