Dos 61 menores que morreram, 11 estavam na escola, 25 estavam em casa, 10 estavam no mercado, dois em campos de refugiados, um no hospital enquanto recebia tratamento e os restantes em lugares diferentes, anunciou a Save the Children com dados da rede Hurras, organização que colabora com a ONG no terreno.
A porta-voz da Save the Children para o Médio Oriente e Europa do Leste, Joelle Bassoul, disse à EFE que as vítimas mortais são de "zonas que foram duramente afetadas pelo aumento da violência militar", a maioria da província de Idlib e do norte da cidade de Hamã.
Segundo a organização, o aumento da violência afetou especialmente as famílias deslocadas que não têm tempo nem meios para fazerem os funerais.
"As pessoas estão a mudar-se e algumas têm-se mudado inúmeras vezes e, como não estão nas suas cidades, não podem enterrar os seus entes queridos", explicou Bassoul.
A "tendência" é para que as famílias não tenham recursos nem meios para poderem realizar funerais apropriados.
O aumento da violência obrigou a que desde o principio de maio mais de 300.000 pessoas se deslocassem das suas cidades, assinala a Save The Children, ao recordar que, segundo a ONU, registaram-se entre 160 e 300 mortes de civis.
"Definitivamente apelamos às partes que respeitem as leis internacionais dos direitos humanos e o direito humanitário internacional para proteger os civis", declarou a porta-voz.
A organização destinada aos cuidados infantis destaca que mais de 65% das escolas de Hamã se viram forçadas a encerrar, assim como 18 postos de apoio a crianças e mulheres, deixando cerca de 70.000 crianças sem ajuda escolar.
O governo de Bashar al Assad lançou no passado dia 30 de abril uma ofensiva militar, que não foi declarada formalmente, contra a zona desmilitarizada resultante de um acordo de setembro de 2018 entre russos e turcos.
Nesta ofensiva, lançada com o apoio de centenas de ataques aéreos de aviações russos, as forças de Assad e os seus aliados recuperaram mais de duas dúzias de localidades que estavam no poder da oposição, próximas de Idlib.
A oposição também lançou ataques em localidades onde morreram civis.
Idlib é o último bastião da oposição no país e recuperá-lo é um objetivo das tropas sírias há meses.