Merkel manifesta intenção de prosseguir à frente do governo de coligação
A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou hoje num discurso a sua intenção de prosseguir à frente do Governo de coligação na Alemanha, numa altura em que os sociais-democratas (SPD), parceiro minoritário da coligação governamental, enfrentam uma crise interna.
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Por ocasião da conferência anual do Conselho para o Desenvolvimento Sustentável, Merkel aproveitou a sua intervenção para elogiar o trabalho desenvolvido pela presidente daquele organismo, Marlehn Thieme, cujo mandato termina em novembro próximo, bem como para abordar, de um modo implícito, a sua permanência na liderança do executivo alemão.
"O dia para agradecimentos ainda não chegou, porque [Marlehn Thieme] estará no cargo até novembro. Mas não nos voltaremos a ver num evento deste tipo, falo por si e não por mim, quero dizer isso de forma clara", declarou a chanceler alemã, cujas palavras foram recebidas pela plateia com aplausos e risos, segundo relataram as agências internacionais.
Angela Merkel também falou sobre os resultados das recentes eleições europeias, nas quais o tema da crise climática foi "muito determinante" na Alemanha, reconhecendo a necessidade de "respostas políticas e feitos concretos".
No escrutínio europeu, os conservadores da União Democrata-Cristã (CDU, partido de Merkel) e da União Social-Cristã (CSU) foram a força política mais votada na Alemanha, mas perderam mais de seis pontos percentuais em comparação com as europeias de 2014.
Já o Partido Social Democrata (SPD) ficou atrás dos ecologistas alemães (Os Verdes, que duplicaram os seus resultados) e viu-se relegado para o terceiro lugar, com 15,80%, quando em 2014 tinha alcançado 27,3%.
Perante o fraco resultado nas europeias, Andrea Nahles demitiu-se da liderança do SPD, uma decisão inesperada que, segundo analistas, colocou em causa a coligação que sustenta o governo alemão.
Na segunda-feira, o SPD anunciou que vai ter uma liderança interina tripartida, formada por duas chefes de governos regionais e um representante regional.
A cúpula do partido decidiu que a sua presidência interina será assumida por Manuela Schwesig, chefe do governo regional de Mecklenburgo-Vorpommern, Malu Dreyer, líder do executivo do Estado da Renânia-Palatinado, e Thorsten Schäfer-Gümbel, como líder do SPD em Hasse. Os três são atualmente vice-presidentes do partido.
A tarefa dos políticos, frisou ainda Merkel na sua intervenção, é "alcançar sempre a coesão da sociedade para que não haja como consequência grandes polarizações e resultados que seguramente não melhoram a capacidade de ação".
Este será o último mandato de Merkel como chefe do governo alemão, como anunciou a própria em outubro passado.
Chanceler desde 2005, Merkel anunciou também, a 29 de outubro de 2018, que não iria recandidatar-se à presidência dos democratas-cristãos, após 18 anos de liderança.
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