Iémen: 10.000 casos suspeitos de cólera observados em quatro meses
Cerca de 10.000 casos suspeitos de cólera em cinco províncias do Iémen deram entrada em centros dos Médicos Sem Fronteiras (MSF) entre 01 de janeiro e 01 de maio, indicou hoje a organização médica humanitária.
© Reuters
Mundo Iémen
As províncias em causa eram Amran, Hajjah, Sanaa, Taiz e Ibb, dizendo respeito a esta última 59% dos casos, adianta a organização.
A MSF-Portugal refere num comunicado que entre janeiro e março deste ano o número de doentes de cólera tratados nas suas instalações médicas aumentou "de 140 para 2.000 por semana".
"A tendência começou a inverter-se em abril e os casos suspeitos de cólera continuaram desde aí a baixar consistentemente por todo o país", adianta.
No entanto, a cólera é endémica no Iémen, alertando a MSF para o "ressurgimento de cólera, difteria e sarampo (...), devido ao total colapso do sistema de saúde no país", em guerra desde 2014.
A organização assinala que os iemenitas continuam a "enfrentar enormes dificuldades para aceder a cuidados de saúde e para conseguir comprar bens essenciais como alimentos e combustível".
A cólera, que não sendo tratada pode ter uma taxa de mortalidade de até 40%, é fácil de combater se as pessoas conseguirem rapidamente aceder aos cuidados de saúde.
O conflito no Iémen, desencadeado em meados de 2014, já matou dezenas de milhares de pessoas, incluindo numerosos civis, segundo diversas organizações humanitárias.
Causou ainda 3,3 milhões de deslocados e a maior crise humanitária mundial, de acordo com a ONU.
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