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Habitantes de bairro em Bangui forçados a recolher obrigatório

Os habitantes de um bairro de maioria muçulmana em Bangui, capital da República Centro Africana, foram forçados a um recolher obrigatório de três dias, em sinal de luto pela morte de um líder de um grupo de "autodefesa".

Habitantes de bairro em Bangui forçados a recolher obrigatório
Notícias ao Minuto

06:29 - 02/06/19 por Lusa

Mundo República Centro-Africana

"Vieram com armas para o bairro e ameaçam-nos para manter as lojas fechadas", indicou à agência France Press (AFP) um comerciante local.

"Impuseram uma cidade morta por três dias em sinal de luto", indicou um segundo habitante do bairro PK5, indicando que foram sentidos disparos de pequeno calibre de manhã.

O general Nimery Matas Djamous, conhecido pela alcunha de "Force", morreu no sábado de doença prolongada, apurou a AFP junto de elementos do grupo armado de "autodefesa".

O bairro PK5 é palco de violências esporádicas desde 2014. Foi neste bairro que se refugiaram muitos muçulmanos de Bangui, depois da guerra civil que devastou a capital da República Centro Africana (RCA) em 2013, resultante do conflito entre as forças rebeldes muçulmanas, Seleka, e as milícias animistas e cristãs, Anti-Balaka, após o derrube do ex-Presidente François Bozizé por grupos armados.

Em abril de 2018, a Missão das Nações Unidas na RCA (Minusca) lançou uma operação para deter o general "Force" em resposta ao apelo dos comerciantes e habitantes do PK5, vítimas de violências e exações várias destes grupos armados, mas a operação resultou num fracasso, com três dezenas de mortos e uma centena de feridos.

O conflito neste país, com o tamanho da França e uma população que é menos de metade da portuguesa (4,6 milhões), já provocou 700 mil deslocados e 570 mil refugiados e colocou 2,5 milhões de pessoas a necessitarem de ajuda humanitária.

O Governo controla cerca de um quinto do território. O resto é dividido por mais de 15 milícias que procuram obter dinheiro através de raptos, extorsão, bloqueio de vias de comunicação, recursos minerais (diamantes e ouro, entre outros), roubo de gado e abate de elefantes para venda de marfim.

Portugal está presente na RCA desde o início de 2017, no quadro da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização na República Centro-Africana (MINUSCA), cujo 2.º comandante é o major-general do Exército Marco Serronha.

Portugal integra a MINUSCA, com a 5.ª Força Nacional Destacada (FND), e lidera a Missão Europeia de Treino Militar-República Centro-Africana (EUMT-RCA), que é comandada pelo brigadeiro-general Hermínio Teodoro Maio.

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