Sudão: Pelo menos um morto e 12 feridos em tiroteio durante protestos
Pelo menos uma pessoa morreu e 12 ficaram hoje feridas num tiroteio entre soldados do Exército sudanês nas ruas de Cartum, capital sudanesa, onde manifestantes continuam uma greve geral de dois dias, segundo as forças de segurança.
© Reuters
Mundo Manifestação
Segundo o porta-voz da polícia de Cartum, o coronel Hasan al Tiyani, o tiroteio terá acontecido entre um soldado do Exército e um soldado das Forças de Apoio Rápido, uma força especial do Exército.
"A mulher morta é uma vendedora ambulante de chá que estava grávida e que trabalhava numa rua próxima" do local onde os manifestantes realizam os protestos, afirmou à agência espanhola Efe o porta-voz.
O responsável referiu também que os feridos foram transportados para um hospital próximo e que entre estes se encontravam vários manifestantes que participavam no segundo dia consecutivo de greve geral.
O Comité Central de Médicos Sudaneses, um sindicato associado à oposição, confirmou a morte da mulher grávida devido a uma bala perdida.
Os confrontos aconteceram durante o segundo dia de uma greve geral de 48 horas convocada pela oposição para pressionar o conselho militar que lidera o Sudão desde a destituição do ex-Presidente Omar al-Bashir.
Os manifestantes, liderados pela Associação de Profissionais Sudaneses, exigem que o conselho militar ceda a liderança do país a uma autoridade civil.
Apesar dos avanços e recuos que têm marcado as negociações entre civis e militares, estes foram capazes de alcançar um acordo para a criação de um Governo composto por representantes de ambas as partes, ainda assim, a percentagem que cada um dos lados ocupa neste Executivo tem provocado cisões.
O ex-chefe de Estado do Sudão Omar al-Bashir foi destituído pelo Exército em 11 de abril, após mais de quatro meses de contestação popular, inicialmente motivada pelo aumento dos preços do pão e de outros bens essenciais. Os protestos acabaram por se transformar num movimento contra o chefe de Estado, que liderava o país desde 1989, quando chegou ao poder através de um golpe de Estado.
Al-Bashir é alvo de dois mandados de detenção emitidos pelo Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos durante o conflito em Darfur (oeste do Sudão).
De acordo com as Nações Unidas, o conflito causou mais de 300 mil mortos desde 2003 e obrigou cerca de 2,5 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas.
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