Sudão: Pelo menos um morto e 12 feridos em tiroteio durante protestos

Pelo menos uma pessoa morreu e 12 ficaram hoje feridas num tiroteio entre soldados do Exército sudanês nas ruas de Cartum, capital sudanesa, onde manifestantes continuam uma greve geral de dois dias, segundo as forças de segurança.

Cerca de 243 mil sul-sudaneses refugiram-se no Sudão

© Reuters

Lusa
29/05/2019 22:23 ‧ 29/05/2019 por Lusa

Mundo

Manifestação

Segundo o porta-voz da polícia de Cartum, o coronel Hasan al Tiyani, o tiroteio terá acontecido entre um soldado do Exército e um soldado das Forças de Apoio Rápido, uma força especial do Exército.

"A mulher morta é uma vendedora ambulante de chá que estava grávida e que trabalhava numa rua próxima" do local onde os manifestantes realizam os protestos, afirmou à agência espanhola Efe o porta-voz.

O responsável referiu também que os feridos foram transportados para um hospital próximo e que entre estes se encontravam vários manifestantes que participavam no segundo dia consecutivo de greve geral.

O Comité Central de Médicos Sudaneses, um sindicato associado à oposição, confirmou a morte da mulher grávida devido a uma bala perdida.

Os confrontos aconteceram durante o segundo dia de uma greve geral de 48 horas convocada pela oposição para pressionar o conselho militar que lidera o Sudão desde a destituição do ex-Presidente Omar al-Bashir.

Os manifestantes, liderados pela Associação de Profissionais Sudaneses, exigem que o conselho militar ceda a liderança do país a uma autoridade civil.

Apesar dos avanços e recuos que têm marcado as negociações entre civis e militares, estes foram capazes de alcançar um acordo para a criação de um Governo composto por representantes de ambas as partes, ainda assim, a percentagem que cada um dos lados ocupa neste Executivo tem provocado cisões.

O ex-chefe de Estado do Sudão Omar al-Bashir foi destituído pelo Exército em 11 de abril, após mais de quatro meses de contestação popular, inicialmente motivada pelo aumento dos preços do pão e de outros bens essenciais. Os protestos acabaram por se transformar num movimento contra o chefe de Estado, que liderava o país desde 1989, quando chegou ao poder através de um golpe de Estado.

Al-Bashir é alvo de dois mandados de detenção emitidos pelo Tribunal Penal Internacional por genocídio, crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos durante o conflito em Darfur (oeste do Sudão).

De acordo com as Nações Unidas, o conflito causou mais de 300 mil mortos desde 2003 e obrigou cerca de 2,5 milhões de pessoas a abandonarem as suas casas.

 

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