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Jihadistas condenados à morte no Iraque tiverem "julgamento justo"

O chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, disse hoje que os sete franceses condenados à morte no Iraque por pertencerem ao grupo extremista Estado Islâmico (EI) tiveram um "julgamento justo".

Jihadistas condenados à morte no Iraque tiverem "julgamento justo"
Notícias ao Minuto

18:34 - 29/05/19 por Lusa

Mundo Paris

"Gostaria de dizer, ao contrário daquilo que tenho ouvido: o julgamento foi justo", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês na Assembleia Nacional (Parlamento), num momento em que os advogados das famílias destes cidadãos franceses denunciam a "expedita" justiça iraquiana e exigem a realização de um julgamento em França.

Jean-Yves Le Drian sublinhou que os direitos da defesa foram plenamente respeitados, garantindo ainda que os acusados estão a receber assistência consular.

"As audiências foram públicas, os processos foram conduzidos por um juiz, assistido por dois juízes assessores. A acusação foi conduzida por um procurador. Um escrivão transcreveu ao vivo as deliberações na íntegra. O advogado esteve presente e, em caso de problemas de tradução, a própria embaixada forneceu intérpretes", apontou o ministro.

E prosseguiu: "O juiz enumerou as acusações no início da audiência, foi dada a palavra ao réu ao longo da audiência e o advogado pode intervir sempre que quis".

Um tribunal de Bagdad condenou hoje à morte um cidadão francês, identificado como Yassine Sakkam, por envolvimento com os 'jihadistas' do EI.

Tratou-se do sétimo cidadão francês a ser condenado à pena capital no Iraque nos últimos quatro dias.

São "terroristas, bem conhecidos dos nossos serviços", disse ainda no Parlamento Jean-Yves Le Drian.

"Estes sete cidadãos, e existirão outros sem dúvida, são bem conhecidos dos nossos serviços por ações terroristas contra o nosso país", reforçou o ministro.

Jean-Yves Le Drian esclareceu também que os réus tiveram assistência consular ao longo de todo o processo.

"No período de prisão, detenção, durante o período do julgamento e após o julgamento, os nossos serviços consulares estiveram lá, presentes, a assistir, a constatar o bom desenrolar das operações", referiu, acrescentando que os serviços consulares também ajudaram na apresentação dos recursos junto das autoridades iraquianas.

As organizações não-governamentais (ONG) denunciam frequentemente o funcionamento do sistema judicial no Iraque, que classificam como uma "paródia de justiça".

"Estes julgamentos não procuram compreender os atos individuais ou colocar as vítimas no centro. São uma espécie de carimbo judiciário para executar membros suspeitos do Daesh [acrónimo árabe do grupo extremista Estado Islâmico]", declarou, recentemente, Nadim Houry da organização internacional Human Rights Watch (HRW).

Independentemente da aplicação da pena capital em países como o Iraque ou os Estados Unidos, o chefe da diplomacia francesa esclareceu a posição de Paris em relação à pena de morte, sublinhando que tal questão "permanece intacta".

"Somos totalmente contra. É um princípio intangível", concluiu Jean-Yves Le Drian.

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