Quarto francês condenado à morte no Iraque por pertencer ao Daesh
A justiça iraquiana condenou hoje à morte um quarto francês por pertencer ao grupo extremista Estado Islâmico (EI), constatou uma jornalista da agência France-Presse.
© Reuters
Mundo Daesh
No domingo, três outros franceses foram condenados à pena de morte por pertencerem ao EI, um veredicto sem precedentes, que levou a França a lembrar às autoridades iraquianas a sua oposição à pena capital, indicou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
"As provas e as confissões demonstram que aderiu ao grupo Estado Islâmico, que trabalhou no seu braço militar e em consequência é condenado à pena de morte por enforcamento", declarou hoje o juiz Ahmed Mohamed Ali.
O juiz dirigia-se a Mustapha Merzoughi, 37 anos, que serviu no exército francês de 2000 a 2010, nomeadamente "no Afeganistão em 2009", segundo as suas "confissões" à justiça iraquiana.
Merzougui pediu perdão "ao povo iraquiano, sírio, à França e às famílias das vítimas", embora tivesse afirmado não ser "culpado dos crimes e assassínios". "Sou culpado de ter partido para lá (Síria)", disse.
Em França, vivia em Toulouse (sudoeste) e passou pela Bélgica e depois por Marrocos, antes de ter "formação religiosa e militar em Alepo", no norte da Síria, segundo informações obtidas pela AFP.
No domingo foram condenados à morte os franceses Kevin Gonot, Leonard Lopez e Salim Machou, detidos na Síria por uma aliança árabe-curda anti-EI e depois transferidos com outros nove franceses para o Iraque em fevereiro.
De acordo com a lei iraquiana, estes três cidadãos franceses têm 30 dias para recorrer da decisão.
A lei iraquiana prevê a pena de morte para quem tenha pertencido a uma organização "terrorista", quer tenha combatido ou não.
"A França opõe-se, por princípio, (...) à pena de morte" e a embaixada de França no Iraque deu os passos necessários para "lembrar esta posição constante às autoridades iraquianas", indica um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
A porta-voz do ministério Agnès von der Müll assinalou que "estes três franceses beneficiam da proteção consular durante a sua detenção", para "garantir que beneficiam da assistência de um advogado e que podem fazer os recursos previstos pelo direito iraquiano".
Paris lembrou a sua vontade de os 'jihadistas' franceses serem julgados no local onde foram detidos, uma posição muito contestada pelas famílias e advogados que denunciam uma justiça "apressada" no Iraque e exigem o seu julgamento em França.
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