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Lituânia: Ex-ministra e economista lutam na 2ª volta das presidenciais

Os lituanos votam domingo na segunda volta das presidenciais com a certeza da vitória de um dos dois candidatos economistas do centro-direita, numa campanha dominada pela questão das desigualdades.

Lituânia: Ex-ministra e economista lutam na 2ª volta das presidenciais
Notícias ao Minuto

15:43 - 24/05/19 por Lusa

Mundo Lituânia

A ex-ministra das Finanças Ingrida Simonyte, 44 anos, deputada independente próxima dos conservadores, venceu a primeira volta em 12 de maio por uma pequena margem, com 31,13% dos votos, contra 30,95% para Gitanas Nauseda, candidato independente.

Os analistas admitem a vitória de Nauseda na segunda volta, que decorre em simultâneo com as eleições para o Parlamento europeu.

Ambos situados no campo do centro-direita, o programa dos dois candidatos tem muitos pontos em comuns, incluído a sua opção "pró-europeia".

Desta forma, a Lituânia resiste à corrente eurocética que alastra na Europa, com a maioria dos 2,4 milhões de eleitores inscritos a considerar que a União Europeia (UE) lhes trouxe prosperidade e confiança.

O vencedor sucede a Dalia Grybauskaite, a "Dama de Ferro", com cinturão negro de karaté e a primeira mulher chefe de Estado no país do Báltico, eleita em 2009 e reeleita em 2014 para um segundo mandato consecutivo, o último nos termos da lei.

A Presidente cessante, que no seu mandato se destacou pela sua linguagem de firmeza face à Rússia, é apontada como candidata à presidência do Conselho europeu.

As questões da vida quotidiana dominaram a campanha eleitoral. A Lituânia é um dos países europeus com acentuado declínio demográfico, também devido à emigração para países mais ricos da UE.

Os dois candidatos prometeram reduzir a fratura entre ricos e pobres neste país da zona euro de 2,8 milhões de habitantes, com 30% no limiar da pobreza ou exclusão social, sobretudo no campo.

Conselheiro de um banco privado, com 55 anos, Gitanas Nauseda apresenta-se como um candidato "nacional" sem partido, à margem de querelas políticas e cumplicidades regionais.

Após um período de forte austeridade a partir de 2009, quando Simonyte aplicou medidas para enfrentar a crise que implicou uma contração económica de 15%, a Lituânia deverá atingir em 2019 um crescimento de 2,7% do PIB, superior à média de 1,1% nos 19 países da zona euro.

Os apoiantes de Nauseda, incluindo o antigo presidente Valdas Adamkus, consideram-no uma nova cara que pode harmonizar a vida política. Já os seus críticos consideram o seu programa vago e sublinham a falta de experiência política.

A sua adversária na segunda volta prometeu "resistir ao populismo" e insistiu na sua experiência política. Liberal nas questões sociais, defende a união entre pessoas do mesmo sexo, uma questão não consensual nesta ex-república soviética de maioria católica.

Num país situado numa das últimas regiões pagãs da Europa, que obteve a primeira independência em 1918 com os dois outros Estados bálticos, concedida após a Revolução Russa, ocupado pela URSS de Estaline em 1939, e depois pelas tropas alemãs durante a II Guerra Mundial antes regressar ao estatuto de república soviética, a Lituânia conheceu a segunda independência em 1991.

Aderiu à UE, à NATO, e hoje é considerado um dos "falcões" da Aliança militar ocidental. Desde 2013 que decidiu duplicar o seu orçamento militar, também numa reação à anexação da Crimeia pela Rússia.

O serviço militar obrigatório foi restabelecido em 2015, um ano após a anexação da Crimeia, e anualmente abrange 4.000 homens entre os 19 e os 26 anos, que cumprem um serviço de nove meses.

A Alemanha enquadra um batalhão multinacional da NATO estacionado na Lituânia desde 2017, no âmbito as medidas da Aliança para "tranquilizar" a Polónia e os países bálticos face a Moscovo.

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