"São operações fraudulentas porque foram realizadas imediatamente depois de o embaixador [Carlos] Vecchio ter sido nomeado pelo Presidente interino Juan Guaidó e pela Assembleia Nacional em janeiro [último]", de acordo com um comunicado divulgado na quinta-feira.
O documento, emitido em nome da embaixada da Venezuela nos Estados Unidos, atualmente controlada pelos representantes de Juan Guaidó, indicou que o Governo interino e aquela representação diplomática "não reconhecem débitos bancários feitos nas contas da República, uma vez que a única pessoa autorizada a realizar movimentos nessas contas é o embaixador", designado pelo líder opositor.
"A partir da nossa missão diplomática, estamos a trabalhar com as instituições financeiras relevantes para recuperar os recursos e tomaremos medidas legais, civis, criminais e administrativas", acrescentou o comunicado, adiantando estar em causa quase um milhão de dólares norte-americanos (cerca de 890 mil euros).
Depois de a oposição "recuperar o controlo" sobre os ativos da Venezuela naquela representação diplomática, "foi feito um inventário detalhado de bens móveis, mediante o qual se verificou que vários equipamentos, mobiliário e obras de arte foram danificados ou desapareceram, indicou a mesma nota.
Este é o "resultado do desmantelamento e do abandono" da rede diplomática e consular do país, decidido pelo regime do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Atualmente, a oposição venezuelana controla seis edifícios diplomáticos do país em Wasington.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó jurou assumir as funções de Presidente interino e prometeu formar um Governo de transição e organizar eleições livres. Guaidó contou com apoio de mais de 50 países, incluindo Portugal.
Na madrugada de 30 de abril, um grupo de militares manifestou apoio a Juan Guaidó, que pediu à população para sair à rua e exigir uma mudança de regime, mas não houve desenvolvimentos na situação até ao momento.
Nicolás Maduro, de 56 anos e no poder desde 2013, denunciou as iniciativas do presidente do Assembleia Nacional como uma tentativa de golpe de Estado liderado pelos Estados Unidos.
À crise política na Venezuela soma-se uma grave crise económica e social, que já levou quase três milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, de acordo com dados das Nações Unidas.