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Um em cada cinco britânicos vive na pobreza devido à austeridade

Um em cada cinco britânicos vive atualmente em estado de pobreza, refere um relatório da ONU hoje publicado, acusando os governos britânicos de violarem as suas obrigações em matéria de direitos humanos.

Um em cada cinco britânicos vive na pobreza devido à austeridade
Notícias ao Minuto

13:39 - 22/05/19 por Lusa

Mundo ONU

De acordo com o estudo das Nações Unidas, o número de pobres no Reino Unido atinge 14 milhões de pessoas, sendo um resultado direto da austeridade adotada desde a crise económica que começou em 2008.

O relatório das Nações Unidas reforça as conclusões já apresentadas pela Human Rights Watch que, num outro relatório divulgado na segunda-feira, acusava os últimos governos britânicos de deixarem milhares de famílias empobrecerem e passarem fome devido aos cortes que foram fazendo na assistência social ao longo dos últimos 10 anos.

O documento lançado hoje pela ONU foi feito na sequência de uma missão de 12 dias do responsável pela pobreza e direitos humanos na organização, Philip Alston.

"As medidas retrógradas de austeridade introduzidas desde 2010 pelos conservadores no poder continuam a um ritmo constante, numa clara violação das obrigações [do Estado] em matéria de direitos humanos", defende Philip Alston.

O relatório adianta que, daqui a dois anos, quase 20% das crianças vão viver em estado de pobreza e alerta para o uso cada vez mais frequente dos bancos alimentares e para o aumento do número de sem-abrigo.

"A esperança de vida está a cair em alguns grupos da população e o sistema de apoios foi dizimado", refere o documento, acrescentando que o Governo parece estar em negação".

Para o responsável da ONU, nem "o crescimento da economia, nem o elevado nível de emprego ou o excedente orçamental fizeram reverter a austeridade", o que considera ser "uma política impulsionada mais pela ideologia do que pela agenda económica".

Reagindo às conclusões do relatório, o ministro inglês do Trabalho afirmou que o documento é "pouco credível" e "muito inexato".

"Os próprios dados das Nações Unidas mostram que o Reino Unido é um dos lugares no mundo onde as pessoas são mais felizes", sublinhou um porta-voz do Governo britânico, defendendo que Philip Alston não passou tempo suficiente no país para conseguir ter uma imagem correta.

Na segunda-feira, a Human Rights Watch referia também a existência de muitas famílias e crianças em Inglaterra a passar fome e dependentes de caridade.

No relatório "Não ficou nada na mesa: Austeridade, Cortes na Assistência Social e o Direito à Alimentação no Reino Unido", a HRW acusou os cortes à assistência social feitos no Reino Unido devido à austeridade, em conjunto com a introdução do sistema de Crédito Universal, um sistema introduzido em 2013, que substitui o pagamento das prestações sociais por uma só prestação.

"Há pais sem possibilidade de alimentar os seus filhos naquela que é a quinta maior economia do mundo", sublinhou o investigador para a Europa Ocidental da Human Right Watch Kartik Raj, criticando a forma como o Governo do Reino Unido geriu os gastos com a assistência social.

"O Governo do Reino Unido deveria garantir a toda a gente esse direito em vez de esperar que as instituições de caridade preencham essa falta", concluía.

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