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Escritores alertam que saída prejudica setor que gera 11 milhões por hora

Dezenas de escritores assinaram uma carta para apelar à manutenção do Reino Unido na União Europeia, alertando que a eventual saída do país vai significar perdas num setor que gera mais de 11 milhões de euros por hora.

Escritores alertam que saída prejudica setor que gera 11 milhões por hora
Notícias ao Minuto

12:49 - 22/05/19 por Lusa

Mundo Brexit

"Somos escritores. Somos os vossos escritores. Os escritores do Reino Unido. Escrevemos os programas de TV nos ecrãs do Reino Unido e os livros nas prateleiras do Reino Unido. Somos parte do caldeirão fervente das indústrias criativas -- a par dos videojogos, cinema, teatro e outros -- que, em conjunto, vale 10 milhões de libras [11,3 milhões de euros] por hora para este país", pode ler-se no texto publicado no jornal The Guardian e assinado por nomes como John le Carré, Laurie Penny e Philip Pullman.

Segundo o conselho britânico das Indústrias Criativas, o setor gera um total de 101,5 mil milhões de libras por ano e emprega mais de três milhões de pessoas, representando 11% das exportações de serviços do Reino Unido.

"É moda entre políticos fazer pouco das indústrias criativas, mas o nosso trabalho é trabalho como qualquer outro e, tal como qualquer outro, só pode ser feito se formos pagos", acrescentam autores como Neil Gaiman e Marina Lewyck.

Alertando que sem uma ideia do que o 'Brexit' possa significar, "é impossível saber ao certo" o que podem perder, os escritores avisam que terão de "chegar a compromissos": "Abandonamos parte do começo, do meio ou do fim da história?".

Os signatários da carta aberta lembram que são eles e elas "as pessoas que passam a vida a fazer com que coisas que não são verdade se pareçam com realidade".

"Nas eleições para o Parlamento Europeu, e no referendo que parece quase inevitável, queremos apelar a todos para que votem para ficar na União Europeia -- a não ser que saibam ao certo o que têm a perder, para eles e para os demais, e estejam satisfeitos com isso. Escolhemos um melhor ambiente, melhores cuidados de saúde, melhor alimentação, mais proteções laborais, maiores mercados, mais emprego. Escolhemos amizade e paz e dias melhores. Escolhemos a Europa", declaram.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, apresentou na terça-feira uma nova proposta de 'Brexit' que levará ao Parlamento britânico e que permite que os deputados votem sobre um segundo referendo, se houver acordo sobre a saída.

Numa comunicação feita horas depois de o seu governo ter apoiado esta nova proposta de 'Brexit', Theresa May disse que continua "empenhada em garantir a saída do Reino Unido da União Europeia" e mostrou-se confiante de que a nova proposta terá a aprovação no Parlamento, onde será votada na primeira semana de junho.

May diz que a proposta incluirá o requisito de haver uma votação no Parlamento sobre se será feito um novo referendo sobre o 'Brexit', mas este novo referendo apenas poderá acontecer se os deputados aprovarem o acordo de saída.

A existir, esse segundo referendo deverá acontecer ainda antes de o acordo de saída da União Europeia ser ratificado.

A primeira-ministra britânica apresentou algumas novas ideias para a nova proposta, garantindo a proteção de direitos dos trabalhadores, comprometendo-se a manter-se alinhada com a Irlanda do Norte sobre o 'backstop' e assegurando que não haverá alterações na proteção ambiental se houver uma saída do Reino Unido.

A nova proposta de acordo será levada ao Parlamento no próximo dia 03 de junho, para que os deputados, que já por três vezes rejeitaram anteriores soluções, se pronunciem.

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