Escritores alertam que saída prejudica setor que gera 11 milhões por hora
Dezenas de escritores assinaram uma carta para apelar à manutenção do Reino Unido na União Europeia, alertando que a eventual saída do país vai significar perdas num setor que gera mais de 11 milhões de euros por hora.
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Mundo Brexit
"Somos escritores. Somos os vossos escritores. Os escritores do Reino Unido. Escrevemos os programas de TV nos ecrãs do Reino Unido e os livros nas prateleiras do Reino Unido. Somos parte do caldeirão fervente das indústrias criativas -- a par dos videojogos, cinema, teatro e outros -- que, em conjunto, vale 10 milhões de libras [11,3 milhões de euros] por hora para este país", pode ler-se no texto publicado no jornal The Guardian e assinado por nomes como John le Carré, Laurie Penny e Philip Pullman.
Segundo o conselho britânico das Indústrias Criativas, o setor gera um total de 101,5 mil milhões de libras por ano e emprega mais de três milhões de pessoas, representando 11% das exportações de serviços do Reino Unido.
"É moda entre políticos fazer pouco das indústrias criativas, mas o nosso trabalho é trabalho como qualquer outro e, tal como qualquer outro, só pode ser feito se formos pagos", acrescentam autores como Neil Gaiman e Marina Lewyck.
Alertando que sem uma ideia do que o 'Brexit' possa significar, "é impossível saber ao certo" o que podem perder, os escritores avisam que terão de "chegar a compromissos": "Abandonamos parte do começo, do meio ou do fim da história?".
Os signatários da carta aberta lembram que são eles e elas "as pessoas que passam a vida a fazer com que coisas que não são verdade se pareçam com realidade".
"Nas eleições para o Parlamento Europeu, e no referendo que parece quase inevitável, queremos apelar a todos para que votem para ficar na União Europeia -- a não ser que saibam ao certo o que têm a perder, para eles e para os demais, e estejam satisfeitos com isso. Escolhemos um melhor ambiente, melhores cuidados de saúde, melhor alimentação, mais proteções laborais, maiores mercados, mais emprego. Escolhemos amizade e paz e dias melhores. Escolhemos a Europa", declaram.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, apresentou na terça-feira uma nova proposta de 'Brexit' que levará ao Parlamento britânico e que permite que os deputados votem sobre um segundo referendo, se houver acordo sobre a saída.
Numa comunicação feita horas depois de o seu governo ter apoiado esta nova proposta de 'Brexit', Theresa May disse que continua "empenhada em garantir a saída do Reino Unido da União Europeia" e mostrou-se confiante de que a nova proposta terá a aprovação no Parlamento, onde será votada na primeira semana de junho.
May diz que a proposta incluirá o requisito de haver uma votação no Parlamento sobre se será feito um novo referendo sobre o 'Brexit', mas este novo referendo apenas poderá acontecer se os deputados aprovarem o acordo de saída.
A existir, esse segundo referendo deverá acontecer ainda antes de o acordo de saída da União Europeia ser ratificado.
A primeira-ministra britânica apresentou algumas novas ideias para a nova proposta, garantindo a proteção de direitos dos trabalhadores, comprometendo-se a manter-se alinhada com a Irlanda do Norte sobre o 'backstop' e assegurando que não haverá alterações na proteção ambiental se houver uma saída do Reino Unido.
A nova proposta de acordo será levada ao Parlamento no próximo dia 03 de junho, para que os deputados, que já por três vezes rejeitaram anteriores soluções, se pronunciem.
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