É "bastante provável" que Irão esteja por trás de "sabotagem" no Golfo
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, considerou hoje "bastante provável" que o Irão esteja por trás dos misteriosos "atos de sabotagem" que atingiram quatro navios no Golfo no passado dia 12.
© Reuters
Mundo Mike Pompeo
Trata-se da primeira vez que um responsável norte-americano evoca claramente uma responsabilidade iraniana.
Interrogado durante uma emissão de rádio do jornalista conservador Hugh Hewitt sobre o papel de Teerão nos "ataques contra os navios no Golfo e os oleodutos sauditas", o chefe da diplomacia dos Estados Unidos lembrou primeiro que a administração de Donald Trump ainda não chegou a "uma conclusão definitiva".
"Mas à luz de todos os conflitos regionais da última década e da forma destes ataques, parece bastante provável que o Irão esteja por trás e vamos continuar a analisar a situação", adiantou.
"Atos de sabotagem" não reivindicados atingiram no dia 12 quatro navios, entre os quais dois petroleiros sauditas, ao largo dos Emirados Árabes Unidos.
Está em curso um inquérito, com o apoio dos Estados Unidos, para determinar as circunstâncias e os autores dos incidentes, que foram publicamente criticados pelo Irão.
Dois dias depois, a Arábia Saudita, aliada de Washington, acusou o inimigo comum Irão de ter ordenado um ataque de 'drones' [aparelhos aéreos não tripulados] contra um oleoduto saudita, reivindicado pelos rebeldes iemenitas, que são ajudados por Teerão.
Este aumento da tensão entre os vizinhos do Golfo insere-se numa escalada do diferendo entre Washington e Teerão, um ano após a retirada unilateral norte-americana do acordo internacional sobre o nuclear iraniano, seguida de sanções norte-americanas draconianas contra a República Islâmica.
Os "atos de sabotagem" ocorreram depois dos Estados Unidos terem alertado para a possibilidade de "o Irão ou os seus representantes" poderem atacar o tráfego marítimo na região. A administração Trump acusou ainda os dirigentes iranianos de prepararem ataques contra os interesses norte-americanos e reforçou os meios militares no Médio Oriente.
Face ao ceticismo provocado por estas acusações, Mike Pompeo e os chefes militares norte-americanos devem informar hoje os membros do Congresso, à porta fechada, sobre a natureza das informações de que dispõem.
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