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Human Rights Watch: Síria continua com detenções arbitrárias

O regime sírio persegue e detém arbitrariamente civis nas zonas recuperadas aos rebeldes, prosseguindo as suas práticas repressivas em relação a presumíveis opositores, acusou hoje a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).

Human Rights Watch: Síria continua com detenções arbitrárias
Notícias ao Minuto

15:45 - 21/05/19 por Lusa

Mundo HRW

Sitiados e bombardeados pelas forças do Presidente, Bashar al-Assad, os grupos rebeldes em diferentes regiões foram obrigados em 2018 a aceitar acordos de rendição supervisionados pela Rússia, aliada do poder sírio que ajuda militarmente no conflito.

No âmbito desses acordos, civis e combatentes rebeldes foram transferidos para outras zonas do país sob controlo dos insurgentes, enquanto os que quiseram ficar beneficiaram de uma amnistia. A Rússia deslocou a sua polícia militar para algumas das áreas reconquistadas.

Segundo a HRW, as organizações locais registaram pelo menos 500 detenções em três regiões recuperadas em 2018 pelas forças pró-regime: a província de Deraa (sul), a Ghouta oriental perto de Damasco e o sul da capital síria.

"Os combates acabaram numa grande parte da Síria, mas nada mudou no modo como os serviços de informações atropelam os direitos dos presumíveis opositores ao regime de Assad", criticou Lama Fakih, diretora interina para o Médio Oriente da HRW.

"A ausência de procedimentos regulares, as detenções arbitrárias e as perseguições (...) são mais reveladoras que as promessas vazias do regresso [dos deslocados], de reforma e de reconciliação", adiantou, sublinhando que a organização conseguiu documentar 11 casos de abusos.

A HRW indicou que os abusos recentes visam antigos dirigentes ou militantes da oposição, trabalhadores humanitários e membros de famílias de antigos combatentes antirregime.

"As pessoas visadas tinham assinado os acordos de reconciliação", precisou a organização não-governamental, que pediu à Rússia que intervenha para libertar as pessoas detidas.

Os acordos de rendição foram apresentados pelo regime como acordos de "reconciliação".

"Os que vos falam de estabilidade ou de segurança no sul [da Síria] mentem", lamentou um trabalhador humanitário em Deraa, citado pela HRW. "Ainda existem assassínios e detenções arbitrárias e os habitantes continuam a ser perseguidos", adiantou.

Segundo dados divulgados hoje pela ONU, entre julho de 2018 e março de 2019, 380 pessoas foram detidas apenas na província de Deraa. Daquele total, 150 foram libertadas, mas desconhece-se o destino das restantes 230.

A semana passada, oito ONG de direitos humanos apelaram à comunidade internacional para pressionar os beligerantes na Síria, entre os quais o regime, a revelarem o destino de "dezenas de milhares" de desaparecidos durante os oito anos do conflito.

Cerca de 370.000 pessoas morreram desde o início da guerra na Síria, tendo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos calculado em 200.000 o número de desaparecidos.

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