Irão pede medidas da comunidade internacional para salvar acordo nuclear
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, pediu hoje à comunidade internacional que tome "medidas concretas" para salvar o acordo nuclear.
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Mundo Javad Zarif
Pequim, 17 mai (Lusa) -- O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif, pediu hoje à comunidade internacional que tome "medidas concretas" para salvar o acordo nuclear.
O ministro realiza neste momento uma visita à China, num momento em que se aumentam as tensões entre Washington e Teerão.
Zarif fechou a porta na quinta-feira à oferta de diálogo do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para acabar com as tensões entre os dois países.
"As relações económicas do Irão devem ser normalizadas, isso é algo que está claramente sublinhado" no acordo assinado em Viena em 2015, disse o chefe da diplomacia iraniana, segundo um vídeo publicado pelo seu ministério.
"Se a comunidade internacional e os outros países-membros (do acordo), além de amigos como a China e a Rússia, quiserem manter essa perceção, devem garantir por meio de atos concretos que os iranianos lucrem com os benefícios" do texto, que prevê o levantamento gradual das sanções económicas impostas a Teerão, declarou Zarif.
A China é um dos maiores importadores de petróleo iraniano.
Depois de visitar o Japão, Mohammad Javad Zarif discutirá hoje com o seu homólogo chinês, Wang Yi, o futuro do acordo, do qual os Estados Unidos se retiraram unilateralmente há pouco mais de um ano.
Com a Alemanha, a França, a Grã-Bretanha e a Rússia, o Governo chinês é um dos parceiros restantes do Irão no acordo após a retirada dos EUA.
No final de abril, Pequim havia "expressado firme oposição à implementação de sanções unilaterais por parte dos Estados Unidos", provavelmente visando a compra de petróleo iraniano pela China.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no início de maio que ainda permitiam que oito mercados (China, Índia, Turquia, Japão, Coreia do Sul, Taiwan, Itália e Grécia) importassem petróleo bruto iraniano sem se expor às sanções extraterritoriais dos EUA contra o Irão.
Washington tem pressionado Teerão desde o início de maio, reforçando ostensivamente a sua presença militar no Golfo Pérsico.
A raiz do recente aumento das tensões no Golfo Pérsico parece ser a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar os EUA do acordo nuclear do Irão com as potências mundiais há um ano, além das sanções impostas a Teerão para paralisar a sua economia.
Em resposta, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei emitiu uma ameaça velada na terça-feira, dizendo que não seria difícil para a República Islâmica enriquecer o urânio para armas.
Na quarta-feira, o Departamento de Estado norte-americano ordenou que todos os funcionários não essenciais do Governo deixassem o Iraque (país vizinho do Irão), além disso a Alemanha e a Holanda suspenderam os seus programas de assistência militar no país, no mais recente sinal de tensão.
Diante da campanha de "pressão máxima" da Administração Trump, o Irão espera continuar a vender petróleo aos seus principais clientes, notadamente a China, e não escondeu a sua intenção de usar desvios para o fazer.
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