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Irão acusa EUA de escalada "inaceitável e desnecessária" da tensão

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão classificou hoje como "inaceitável e desnecessária" a escalada de tensão por parte dos Estados Unidos, afirmando que o seu país está comprometido com o acordo nuclear assinado em 2015.

Irão acusa EUA de escalada "inaceitável e desnecessária" da tensão
Notícias ao Minuto

11:53 - 16/05/19 por Lusa

Mundo Acordo nuclear

"Acreditamos que a escalada (da tensão) por parte dos Estados Unidos é inaceitável e desnecessária. Temos atuado com a máxima contenção" neste contexto, disse Zarif.

Numa visita a Tóquio, Mohammad Javad Zarif defendeu o direito do Irão de responder à saída dos EUA do acordo nuclear no ano passado e a imposição de sanções feita pelos norte-americanos aos iranianos.

Em outros comentários feitos à agência de notícias oficial Mehr, Zarif referiu que "um acordo multilateral não pode ser tratado unilateralmente".

Nos últimos dias houve denúncias de sabotagens contra petroleiros na costa dos Emirados Árabes Unidos, um ataque de drone contra um oleoduto saudita reivindicado pelos rebeldes do Iémen e o envio de navios de guerra e bombardeiros para a região do Golfo Pérsico por parte dos Estados Unidos.

O Irão tem sido acusado pelos EUA e pela ONU de fornecer tecnologia de mísseis balísticos e armas aos rebeldes iemenitas Huthis, facto que Teerão nega.

O vice-ministro da Defesa da Arábia Saudita, Khalid bin Salman, publicou hoje uma mensagem no Twitter dizendo que Teerão ordenou "atos terroristas" contra o oleoduto na Arábia Saudita.

"O ataque das milícias Huthi, apoiadas pelos iranianos, contra as duas estações de bombeamento da Aramco prova que essas milícias são apenas uma ferramenta que o regime do Irão usa para implementar sua agenda expansionista na região", escreveu Salman.

A Arábia Saudita reagiu ao ataque aéreo de terça-feira com bombardeamentos hoje contra alvos Huthis na capital do Iémen, Sana, que deixou pelo menos seis mortos e mais de 30 feridos.

O conflito iemenita eclodiu no final de 2014, quando os rebeldes ocuparam Sana e outras províncias do país e expulsaram o Presidente Abdo Rabu Mansur Hadi, atualmente exilado em Riade.

Riade e os seus aliados árabes intervieram militarmente no conflito desde março de 2015 para tentar derrotar os Huthis, apoiados pelo Irão, e tentar reconduzir Hadi à frente do Governo.

Numa carta conjunta ao Conselho de Segurança da ONU, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Noruega disseram, em relação à suposta sabotagem atingiu quatro navios, que "os ataques danificaram os cascos de pelo menos três".

A raiz do recente aumento das tensões no Golfo Pérsico parece ser a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar os EUA do acordo nuclear do Irão com as potências mundiais há um ano, além das sanções impostas a Teerão para paralisar a sua economia.

Em resposta, o líder supremo do Irão, Ali Khamenei emitiu uma ameaça velada na terça-feira, dizendo que não seria difícil para a República Islâmica enriquecer o urânio para armas.

Na quarta-feira, o Departamento de Estado norte-americano ordenou que todos os funcionários não essenciais do Governo deixassem o Iraque (país vizinho do Irão), além disso a Alemanha e a Holanda suspenderam os seus programas de assistência militar no país, no mais recente sinal de tensão.

Na semana passada, autoridades dos EUA disseram ter detetado sinais de preparativos iranianos para potenciais ataques a forças e interesses dos EUA no Médio Oriente, mas Washington não forneceu publicamente qualquer evidência para respaldar as alegações de um aumento da ameaça iraniana.

O Irão recentemente ameaçou retomar o enriquecimento, a partir de 07 de julho, além do nível permitido pelo atual acordo entre Teerão e potências mundiais.

Os EUA abandonaram o acordo no ano passado, reimplantando sanções que penalizam países e empresas globais que fazem negócios com o Irão.

Embora o Irão mantenha seu programa nuclear para fins pacíficos, os cientistas dizem que o tempo necessário para atingir o limite de 90% para o urânio para uso militar é reduzido pela metade, uma vez que o urânio é enriquecido em cerca de 20%.

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