Acusado de crime de desobediência, Torra invoca liberdade de expressão
O presidente do governo regional da Catalunha, Quim Torra, invocou a liberdade de expressão para se defender do crime de desobediência, numa audiência em que compareceu hoje apoiado pelo seu executivo e pela cúpula política do movimento independentista.
© Reuters
Mundo Catalunha
Numa declaração de 45 minutos perante o juiz Carlos Ramos, do Tribunal Supremo da Catalunha, Quim Torra defendeu-se de uma acusação de crime de desobediência, por ter ignorado o Conselho Eleitoral Central que ordenou à Generalitat [Governo regional da Catalunha] remover os laços amarelos de edifícios públicos -- símbolo de apoio a presos políticos.
Torra aceitou responder a perguntas do procurador-chefe da investigação, Francisco Bañeres, mas recusou as questões colocadas pela acusação popular, exercida pelo partido de extrema-direita, Vox.
Para o presidente da Generalitat - que tinha dito que não iria ao tribunal para se defender, mas para "acusar o Estado espanhol" -- o Conselho Central Eleitoral não tem competência para forçá-lo a remover os símbolos de apoio aos presos políticos.
Torra invocou em sua defesa a liberdade de expressão e os direitos humanos que, na sua opinião, simbolizam os laços amarelos que foi ordenado a retirar.
Depois do interrogatório, o chefe do Governo regional catalão deixou o tribunal e foi aclamado por centenas de pessoas que se concentraram em frente ao prédio, em manifestações convocadas pela Assembleia Nacional Catalã e pelo Òmnium, duas poderosas associações separatistas da Catalunha.
A partir do Palácio da Generalitat, o líder catalão elevou o tom das suas declarações e proclamou-se vítima de uma "manobra política" que o levou ao banco dos réus, garantindo que não vai desistir de lutar.
Depois de salientar que está disposto a pagar "o preço necessário" para defender a liberdade de expressão, Torra atacou o Conselho Eleitoral e acusou-o de agir "com óbvia parcialidade e claras intenções políticas".
Torra compareceu em tribunal ao lado do presidente do Parlamento catalão, Roger Torrent, de membros do seu governo e de altos representantes de organizações separatistas da Catalunha.
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