Os jovens, que exigem empregos, bloqueavam desde meados de abril o acesso a uma empresa petrolífera em Tinerkouk, cerca de 800 quilómetros a sul de Argel, paralisando grande parte da sua atividade, segundo a APS.
Na terça-feira os manifestantes foram desalojados por forças da polícia de intervenção e deslocaram-se para outro bairro da cidade, onde bloquearam o acesso à câmara municipal.
A intervenção da polícia originou confrontos com os manifestantes, que incendiaram a subprefeitura e confiscaram equipamentos.
Os manifestantes enfrentaram a polícia com pedras, que usou gás lacrimogéneo para os dispersar. Diversos manifestantes também foram feridos, indicou a APS, mas sem referir o número.
Cadeias de televisão privadas, designadamente a Dzair News, difundiram imagens que mostravam a subprefeitura em chamas e os manifestantes a barrarem a via com a ajuda de pneus incendiados.
Nos últimos anos, os habitantes das regiões ricas em hidrocarbonetos, na maioria situadas no centro e sul da Argélia, têm-se manifestado com regularidade para denunciar a ausência de desenvolvimento dos seus territórios, a escassez de empregos e a concorrência de trabalhadores vindos do norte do país, ou do estrangeiro.
Mais de metade da população argelina tem menos de 30 anos (54%), e um quarto deste total está desempregada.
Os protestos em Tinerkouk surgem quando a Argélia regista desde 22 de fevereiro um inédito e pacífico movimento de contestação, com raros incidentes, e que forçou à demissão do Presidente Abdelaziz Bouteflika em 2 de abril, após 20 anos no poder.